Jornais franceses destacam novo tom das relações franco-americanas
Para alguns editorialistas, Sarkozy tentou impressionar os americanos com suas frases de efeito, como "eu proponho as bases que salvarão o capitalismo", um estilo que irrita cada vez mais o franceses e diminui sua popularidade.
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A prova dessa reaproximação foi a forma como Obama se dirigiu ao visitante, abandonando a fórmula de "presidente francês" e o chamando diversas vezes de "Nicolas" durante a coletiva de imprensa.
Le Figaro, de direita, enumera os pontos comuns, como sanções ao Irã, estratégia para o Afeganistão, e destrincha o "affaire" dos aviões-cisternas que causou mal estar entre os dois países.
Para o diário econômico Les Echos, a reforma do sistema financeiro global foi a principal discussão proposta por Sarkozy ao presidente norte-americano, nesta primeira visita oficial à Casa Branca.Les Echos relembra que ainda subistem divergências entre os dois países sobre o controle das remunerações, o enquadramento dos fundos especulativos e os polêmicos CDS (Credit Default Swaps) contratos de troca sobre riscos, que alimentaram a crise ao reduzir as exigências dos capitais bancários.
O jornal católico La Croix dá um enfoque diferente à viagem de Nicolas, como diz Obama, analisando que ele nunca esteve numa posição tão baixa nas pesquisas de opinião e que espera, com essa viagem, redourar sua imagem junto ao seu eleitorado. Utilizando a primeira pessoa na maioria de suas frases, como "eu proponho as bases que salvarão o capitalismo", Sarkozy tentou impressionar os americanos com um estilo que não agrada mais aos franceses, analisa o jornal.
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