Jornais comentam derrota do governo nas regionais

Todos os jornais franceses dão destaque para as eleições regionais deste domingo e repercutem a vitória da esquerda e a derrota do partido de direita, UMP, do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O primeiro-ministro François Fillon declarou no domingo que reconhece sua parte de responsabilidade na derrota eleitoral. Reuters

O jornal de esquerda Libération traz a primeira página com a cor rosa, do Partido Socialista francês, com a manchete : "O Dia da Esquerda". A vitória do PS e de seus aliados é histórica, afirma o Libé, que considera que o "sarkozismo", em referência ao estilo de governo do presidente, foi renegado e desacreditado. O jornal faz uma convergência entre os resultados regionais e uma possível preferência nacional. O editorial afirma que ainda é cedo para se deduzir qual será o resultado das eleições presidenciais em 2012, mas considera que, "todo mundo vê, agora, que a reeleição de Nicolas Sarkozy é incerta".

O jornal conservador Le Figaro também admite a derrota da direita, mas prefere destacar a posição do governo: "Sarkozy decidido a reagir" é a manchete, que afirma que o presidente terá que se adaptar ao resultado das regionais, mesmo se o alto índice de abstenção minimiza a vitória da esquerda. Em seu editorial, Le Figaro afirma que o maior perigo para o UMP não vem dos eleitores da esquerda, mas sim dos eleitores tradicionalmente de direita que não se sentiriam mais representados por algumas medidas adotadas pelo governo de Sarkozy, consideradas centristas ou até mesmo de esquerda. O artigo indica que Nicolas Sarkozy deve enviar "sinais fortes" aos eleitores de direita. Em outras palavras, o editorialista considera que a solução para a direita é implementar uma política ainda mais à direita.

Todos os outros jornais também comentam o resultado das eleições. "Nicolas Sarkozy diante da vitória da esquerda" é o título do diário econômico Les Echos. "A esquerda confirma seu sucesso", diz o jornal católico La Croix, enquanto que a publicação comunista L’Humanité fala em « Rejeição », referindo-se ao eleitorado.