Joe Biden discute retomada do processo de paz e crise iraniana em Israel

Para vice-presidente norte-americano, a obtenção de um acordo com a Autoridade Palestina é possível, apesar da construção de novos assentamentos na Cisjordânia.

O vice-presidente americano Joe Biden na sua chegada ao aeroporto Ben Gourion, dia 8 de março. REUTERS/Baz Ratner

O vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden chegou nesta terça-feira em Jerusalém, onde se reúne com dirigentes do país para discutir a retomada do processo de paz com os palestinos e a crise desencadeada pelo programa nuclear do Irã. Os Estados Unidos querem uma garantia de que Israel não está planejando uma ofensiva militar contra os iranianos. Nesta segunda-feira, o governo americano anunciou que isralenses e palestinos retomaram negociações indiretas e ambas as partes concordaram que a mediação seja feita pelo emissário americano para o Oriente Médio, George Mitchell. Em um comunicado, Mitchell disse que ainda está decidindo o ‘formato’ das negociações, como explica nossa correspondente em Israel, Nathalia Watkins.

Pela manhã, Biden se encontrou com o presidente Shimon Peres, e antes de iniciar a conversa com o chefe de estado israelense, disse que existe atualmente "uma oportunidade única" para resolver o impasse com a Autoridade Palestina, que envolve, principalmente, a construção de assentamentos na Cisjordânia. Israel anunciou, aliás, nesta segunda-feira, o início das obras de 112 novas residências em Beitar Illit, apesar da moratória parcial estabelecida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o projeto se apoia na norma que prevê excessão em caso de problemas de segurança ou infraestrutura.

Lançada em novembro de 2007 na Conferência de Anápolis, o processo de paz voltou praticamente à estaca zero depois da ofensiva à faixa de Gaza em 2008 e a eleição de Netanyahu. Biden, que fica três dias no país, deve se reunir ainda hoje com o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com o presidente Shimon Peres e com a líder da oposição, Tzipi Livni. Amanhã, será recebido por dirigentes palestinos, em Ramalha, na Cisjordânia. O premiê Netanyahu felicitou a retomada do diálogo, mas voltou a afirmar que a condição é o reconhecimento, pelos palestinos, do estado de Israel e a garantia de sua segurança.