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Imprensa

Governo francês analisa pacote de medidas sociais após dois meses de debates

As primeiras páginas dos jornais franceses desta segunda-feira (11) discutem o fim dos “grandes debates nacionais”, promovidos pelo presidente Emmanuel Macron para tentar acabar com a crise gerada pelos manifestantes "coletes amarelos".

A imprensa francesesa desta segunda-feira (11) comenta o fim dos grandes debates nacionais, promovidos pelo presidente Emmanuel Macron.
A imprensa francesesa desta segunda-feira (11) comenta o fim dos grandes debates nacionais, promovidos pelo presidente Emmanuel Macron. Fotomontagem RFI
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Os debates nacionais são encontros realizados em nível local, nos quais os franceses apresentam suas prioridades em torno de quatro vastos temas, pré-definidos pelo governo. São eles: habitação, mobilidade e aquecimento (das moradias), no âmbito da transição ecológica; tributação mais justa, eficaz e competitiva; evolução da democracia; e como tornar o Estado e os serviços públicos mais eficientes.

Ao longo de dois meses, Macron participou ativamente de diversos debates, em toda a França. No total, foram realizados mais de 10 mil encontros, que resultaram em centenas de milhares de propostas. Foi "um verdadeiro sucesso", na opinião do diário econômico Les Echos.

Para Le Figaro, o fim dos debates, previsto para essa semana, se tornou "um quebra cabeça" para o governo. Entre uma resposta adequada às reinvindicações dos cidadãos e a equação financeira para não fragilizar ainda mais as contas públicas, o presidente encontra-se em uma situação delicada.

Transformar apelos em medidas viáveis

Em pleno domingo, antes de partir para uma viagem à África, Macron realizou uma primeira reunião ministerial para tentar afinar qual será a resposta oficial do governo aos debates. O presidente prometeu se pronunciar em abril.

O Figaro relata que o partido de Macron, República em Marcha, considera fundamental que o pacote de medidas tenha foco no social, já que a a precariedade do nível de vida dos franceses de classe média e baixa foi o estopim do movimento dos "coletes amarelos". Já a oposição critica a "hipocrisia extraordinária" dos debates e afirma que "agora parece que o presidente quer recomeçar o seu mandato".

Les Echos adota um tom mais moderado e destaca que o governo está avançando internamente nas propostas. As medidas devem ser anunciadas aos poucos, até junho.

Imposto imobiliário

Uma das propostas é aumentar o imposto sobre fortunas imobiliárias, tributo que que substituiu o Imposto Sobre Fortunas no início do mandato de Macron. Essa foi em uma das medidas mais criticadas pelos "coletes amarelos", durante os protestos.

Le Parisien, por sua vez, ressalta que Macron estará ausente do território francês nesta última semana de debates, e questiona: como presidir, até do exterior? O jornal observa que a viagem a três países africanos justamente neste momento pode ser um sinal de que o Executivo se sente confiante de que o pior da crise dos "coletes amarelos" já passou.

O diário lembra que, agora, o contexto é bastante diferente da viagem à Argentina que Macron realizou no início de dezembro, quando os protestos em toda a França estavam no auge e ele não escondia a preocupação com a dimensão que os atos tomavam. No último sábado, o movimento promoveu o mais fraco dia de manifestações desde o início da crise. Pouco mais de 28 mil pessoas foram às ruas, um décimo do verificado no começo das manifestações.

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