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França

Movimento dos "coletes amarelos" já provoca impacto negativo na economia francesa

O ministro francês da Economia e das Finanças, Bruno Le Maire, alertou nesta segunda-feira (26) para o impacto negativo do movimento dos “coletes amarelos” iniciativa cidadã que vem paralisando estradas e cidades há alguns dias no país. Os shoppings centers registraram uma queda de 15% no sábado, apesar da operação “Black Friday”.

Movimento dos "coletes amarelos" atinge centros ubanos e zonas rurais na França.
Movimento dos "coletes amarelos" atinge centros ubanos e zonas rurais na França. ©PASCAL LACHENAUD/AFP
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“Os eventos recentes tiveram um impacto severo na atividade econômica do país”, declarou Le Maire, dois dias após novos protestos que perturbaram o comércio e fizeram estragos em Paris, mas também nos territórios ultramarinos franceses. No entanto, segundo o ministro, ainda é “muito cedo” para avaliar as repercussões concretas do movimento no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre.

Mesmo assim, o Conselho Nacional de Centros Comerciais (CNCC) da França já começou a calcular o prejuízo. Segundo a entidade, que federa os shoppings do país, a frequentação caiu 9% durante o fim de semana do “Black Friday” e essa baixa seria fruto da mobilização dos “coletes amarelos”.

O dia mais difícil para os comerciantes foi sábado (24), quando a queda de frequentação foi de 15%. “Esse fim de semana, a apenas algumas semanas do Natal, é um momento estratégico para o comércio”, lembrou, preocupado, Gontran Thüring, do CNCC.

Além dos shoppings, o impacto também se sentiu em outros setores. Restaurantes registraram uma baixa entre 20% e 50% no fim de semana. Já os agricultores começam a contabilizar o prejuízo. Com as estradas bloqueadas, as entregas de frutas e legumes foram atrasadas provocando perda total de toneladas de alimentos. 

“Liberdade de Comércio”

O ministro francês tenta conscientizar os manifestantes sobre os riscos dos protestos para a economia do país. Ele chegou a defender que os comerciantes têm o direito de trabalhar, apesar do movimento de contestação, e alegou que existe uma “liberdade de comércio e de circulação” que deve ser garantida.

Enquanto isso, o movimento se multiplica e começa a se desenvolver além das fronteiras francesas. Uma manifestação dos coletes amarelos já está prevista para sexta-feira (30) em Bruxelas, na Bélgica.

A mobilização começou na França após o anúncio do aumento dos combustíveis em razão da criação de um imposto visando lutar contra a poluição. Mas o movimento logo ganhou ares de revolta contra a queda do poder aquisitivo e a gestão do presidente francês Emmanuel Macron. Numa tentantiva de acalmar os ânimos, o chefe de Estado deve anunciar novas medidas nesta terça-feira (27).

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