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França / Crime / Grupo Estado Islâmico

Ministro do Interior da França diz que homem que matou mãe e irmã era desequilibrado

Um homem armado com uma faca matou nesta quinta-feira (23) a mãe e a irmã e feriu outra pessoa em uma cidade a 30 km de Paris, antes de ser morto pela polícia. As autoridades não privilegiam a tese de um atentado, apesar da reivindicação do grupo Estado Islâmico (EI). O ministro do Interior, Gérard Collomb, fala de um ato cometido por um “desequilibrado”.

Polícia francesa bloqueia rua de Trappes, no subúrbio de Paris, após um homem armado de uma faca matar a mãe e a irmã, além de ferir uma terceira pessoa, 23 de agosto de 2018
Polícia francesa bloqueia rua de Trappes, no subúrbio de Paris, após um homem armado de uma faca matar a mãe e a irmã, além de ferir uma terceira pessoa, 23 de agosto de 2018 REUTERS/Philippe Wojazer
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O agressor, Kamel Salhi, de 36 anos, que segundo a polícia era fichado por apologia ao terrorismo, foi morto pela polícia quando saiu da casa em que estava entrincheirado para enfrentar os agentes. As motivações do ataque não foram determinadas, mas o grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o ato.

"O autor do atentado na cidade de Trappes é um dos combatentes do Estado Islâmico e executou o ataque em resposta ao apelo para atacar cidadãos dos países da coalizão internacional", afirmou a Amaq, a agência de propaganda do grupo extremista, menos de duas horas depois da ação.

Cautela com os pronunciamentos do EI

Os analistas, no entanto, pedem cautela a respeito dos anúncios do grupo. No último ano surgiram dúvidas sobre a veracidade das reivindicações do EI. "Não devemos esquecer que em 2017 tivemos três exemplos de reivindicações sem sentido do EI: o ataque a uma discoteca em Manila, explosivos em Orly (aeroporto de Paris) e o massacre de Las Vegas, que foi reivindicado, mas do qual não foi possível estabelecer nenhum vínculo com o EI", disse Jean-Charles Brisard, presidente do Centro de Análises do Terrorismo.

O suspeito tinha problemas psiquiátricos "importantes" e um perfil mais voltado para o "desequilibrado" que de um soldado "sob as ordens do EI", destacou Collomb, que seguiu imediatamente para Trappes.

O criminoso tinha ficha policial desde 2016 por apologia ao terrorismo, segundo uma fonte oficial. Em função da identidade das vítimas, no entanto, a polícia também investiga um possível drama familiar.

O Departamento Antiterrorista do Ministério Público de Paris não abriu uma investigação até o momento. O ataque aconteceu um dia depois da divulgação de uma mensagem de áudio do líder do EI, Abu Bakr Al Bagdadi, na qual, após um ano de silêncio, ele pede a seus partidários que continuem com a "jihad".

A mensagem foi divulgada no momento em que o grupo extremista está encurralado na Síria e foi expulso de todos os centros urbanos do Iraque, depois de ter controlado grandes faixas de território nos dois países.

Quase 50 jovens da região se tornaram combatentes do EI

A França vive em estado de alerta ante a ameaça extremista desde uma onda de atentados sem precedentes em sua história em 2015. Este ano foi alvo de dois ataques que deixaram cinco mortos.

Cidade pobre do subúrbio parisiense, a 30 quilômetros da capital francesa, Trappes é conhecida por ser uma das localidades de onde saíram mais jovens (quase 50) para combater ao lado do EI no Iraque e na Síria.

Grande parte de seus 30 mil habitantes tem origem estrangeira e o índice de desemprego na área é duas vezes maior que a média nacional.

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