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França

Temendo nova "selva" em Calais, França abre centros para acolher migrantes

O governo francês vai criar dois novos centros de acolhimento de migrantes no norte do país. O anúncio é feito oito meses após o desmantelamento do acampamento que ficou conhecido como a “selva” de Calais, na mesma região, e logo após o Conselho de Estado criticar o tratamento “desumano” dado aos refugiados que tentam atravessar o canal da Mancha rumo ao Reino Unido.

Migrantes continuam tentando atravessar clandestinamente o Canal da Mancha a partir do porto de Calais, no norte da França.
Migrantes continuam tentando atravessar clandestinamente o Canal da Mancha a partir do porto de Calais, no norte da França. REUTERS/Pascal Rossignol
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Os centros de acolhimento, que poderão receber até 300 pessoas, devem ser inaugurados ainda este mês nas cidades de Troisvaux e Bailleul, ambas situadas a menos de 100 km de distância de Calais. A região portuária ficou conhecida mundialmente em 2015, após a formação de um gigantesco acampamento que reuniu milhares de migrantes. Os moradores da “selva de Calais” viviam em péssimas condições sanitárias, o que motivou seu desmantelado pela polícia, em outubro de 2016.

Menos de um ano mais tarde, cerca de 400 clandestinos, vindos principalmente da Eritreia, Etiopia, Afeganistão e Paquistão, vivem na região e as autoridades temem a formação um novo acampamento. “Nós não queremos repetir as más experiências do passado”, declarou o ministro francês Gérard Collomb durante uma entrevista coletiva na segunda-feira (31). Por essa razão os dois centros serão criados fora de Calais e terão também como objetivo acelerar os processos de pedido de asilo.

A iniciativa segue a tendência assinalada na semana passada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que prometeu uma solução rápida para a questão dos migrantes ilegais que acampam no país. O chefe de Estado anunciou o objetivo ambicioso de “tirar todas as pessoas das ruas e dos bosques até o final do ano”.

Porém, algumas associações humanitárias que atuam na região já contestam o projeto de abertura de novas estruturas para receber os migrantes. Segundo Christian Salomé, da ONG Albergue dos migrantes, “abrir centros de acolhimento é uma boa ideia, mas isso é para as pessoas que querem ficar na França, o que não corresponde ao perfil dos migrantes que estão em Calais”.

Segundo estatísticas recentes, desde o início deste ano foram registradas mais de 17 mil tentativas de intrusão nas estruturas do porto de Calais ou do Eurotunel, por onde passam trens de mercadorias e de passageiros rumo ao Reino Unidos. Além disso, mais de 12 mil tentativas de embarque clandestino nos caminhões que fazem a travessia pelo porto foram assinaladas.

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