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França

Ministro da Justiça de Macron é suspeito de desvio de verba do Parlamento Europeu

O ministro da Justiça francês, o centrista François Bayrou, apresentou nesta quarta-feira (14) três projetos de lei com medidas de "moralização da vida pública" para restabelecer a confiança nos políticos, uma promessa de campanha de Emmanuel Macron. Mas Bayrou está fragilizado por revelações de que seu partido, o MoDem, teria cometido irregularidades com verbas desviadas do Parlamento Europeu.

Os ministros François Bayrou e Marielle de Sarnez, parceiros inseparáveis há 30 anos na cena política francesa.
Os ministros François Bayrou e Marielle de Sarnez, parceiros inseparáveis há 30 anos na cena política francesa. Fotomontagem: RFI Pierre Rene-Worms/ Reuters REUTERS/Benoit Tess
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O jornal satírico Le Canard Enchainé, sempre ácido com a classe política francesa, afirma hoje que a secretária particular de Bayrou, na época em que ele ainda dirigia o MoDem, recebia parte de seu salário com verbas desviadas do Legislativo europeu.

Segundo o jornal, em 2010, a secretária Karine Aouadj assinou um aditamento de seu contrato de trabalho para se tornar assistente parlamentar local da eurodeputada Marielle de Sarnez, vice-presidente do MoDem e ministra de Assuntos Europeus do governo Macron. Mas existem suspeitas de que ela nunca trabalhou em dossiês da União Europeia e era apenas secretária particular de Bayrou.

O ministro nega veementemente as acusações, apesar de a justiça francesa ter aberto uma investigação preliminar sobre o caso para apurar eventuais irregularidades. Uma denúncia semelhante atingiu a líder de extrema-direita Marine Le Pen, que hoje restitui fundos desviados da instituição europeia.

As suspeitas contra Bayrou têm recebido grande cobertura da imprensa. Irritado, o ministro telefonou à direção do jornal Libération na semana passada e também a diretores da rede pública Radio France para se queixar da atitude dos jornalistas que investigam o escândalo. Depois desse episódio, o primeiro-ministro Édouard Philippe chamou a atenção de Bayrou, afirmando que ele tinha o dever de ser "exemplar".

Governo enfrenta primeira crise política

Para o jornal conservador Le Figaro, a resistência de Bayrou em renunciar é a primeira crise política da presidência Macron. A opinião é compartilhada pelo Libération.

O jornal Aujourd'hui en France adverte que o ministro centrista "está brincando com fogo". Se é para restabelecer a confiança na vida democrática, diz o diário, não é muito glorioso ter um ministro da Justiça suspeito de irregularidades.

O jornal econômico Les Echos observa que Macron não precisará de Bayrou após o segundo turno das eleições legislativas, no próximo domingo (18). Com a provável conquista de ampla maioria na Assembleia Nacional, é provável que Macron faça uma reforma ministerial depois da votação. Nesse caso, tanto Bayrou quanto a ministra de Assuntos Europeus, ambos do MoDem, poderiam se tornar cartas fora do baralho.

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