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Ministro do Interior da França se demite após denúncia de nepotismo

Nesta terça-feira (21), Bruno Le Roux, ministro do Interior francês, pediu sua demissão depois que a promotoria financeira abriu uma investigação preliminar por ele ter empregado suas duas filhas adolescentes quando era deputado.

Bruno Le Roux pediu demissão do cargo de Ministro do Interior em 21 de março de 2017
Bruno Le Roux pediu demissão do cargo de Ministro do Interior em 21 de março de 2017 REUTERS/Charles Platiau
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A polêmica em torno do emprego de suas jovens filhas como assistentes falou mais alto. O experiente veterano do Partido Socialista, presidente do PS na Assembleia Nacional durante a maior parte do quinquenato do presidente François Hollande, acabou pedindo demissão e saindo pela porta dos fundos do Eliseu. Ele será substituído pelo atual secretário de Estado para o Comércio Exterior, Mathias Fekl.

Carreira ministerial efêmera

Le Roux ficou somente 106 dias no cargo. Pouco tempo para impor seu estilo, depois de antecessores de forte personalidade como Manuel Valls e Bernard Cazeneuve. Homem de confiança de Hollande, ele foi seu porta-voz durante a campanha presidencial de 2012 e sempre esteve envolvido em questões ligadas à segurança.

A promotoria financeira francesa abriu o procedimento para determinar se Le Roux cometeu alguma irregularidade. Segundo o canal de TV TMC, o ministro socialista contratou suas filhas, quando ainda eram adolescentes, com vários contratos de curta duração entre 2009 e 2016. O total dos salários equivale à soma de €55 mill.

No mesmo programa de TV, o ministro admitiu a contratação pontual das filhas quando exercia o cargo de deputado no departamento de Seine-Saint-Denis, em Paris, "no verão, principalmente, ou em períodos de férias escolares, mas nunca de forma permanente", disse. Segundo o programa Quotidien, as filhas começaram a trabalhar para ele quando tinham entre 15 e 16 anos, acumulando respectivamente entre 14 e 10 contratos de curta duração em um período de sete anos.

No entanto, Le Roux pediu que seu caso não seja comparado com o de François Fillon, candidato conservador à presidência e acusado por desvios de dinheiro público e apropriação indevida de bens sociais, com base nos cargos supostamente fictícios de sua mulher, filhos e assistentes parlamentares. "Trata-se de um trabalho de verão com um parlamentar. Organizar documentos, exercer uma certa quantidade de atividades parlamentares, acredito que seja uma boa escola", declarou Le Roux aos jornalistas da emissora.
 

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