Pré-candidatos da direita francesa participam de debate antes de primárias
Os sete pré-candidatos de direita e de centro participaram nesta quinta-feira (13) de um debate inédito antes das primárias que vão designar o candidato às eleições presidenciais de 2017. O primeiro turno das primárias acontece dia 20 de novembro e o segundo, uma semana depois.
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Os pré-candidatos responderam a questões de jornalistas e internautas sobre terrorismo, fiscalidade, jornada de trabalho, aposentadoria, educação e religião. Eles se comprometeram a respeitar o resultado das primárias, que vai indicar um candidato que tem grandes chances de se tornar o futuro presidente da França.
Eles também responderam a questões e apresentaram soluções próprias a jornada de trabalho, fiscalidade, aposentadoria, educação e religião.
Para o ex-presidente Nicolas Sarkozy, o “principal problema da França” é o desemprego, que atinge seis milhões de pessoas. O ex-premiê e atual prefeito de Bordeaux, Alain Juppé, favorito nas pesquisas de opinião, declarou que é a favor de uma redução do seguro desemprego na luta contra o desemprego.
De acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto divulgadas antes do debate, tanto Sarkozy como Juppé têm condições de passar para o segundo turno das presidenciais, em uma disputa final com a líder da ultradireitista Frente Nacional, Marine Le Pen. Os socialistas, que ainda não anunciaram seu candidato, não superariam o primeiro turno previsto para o final de abril.
Por sorteio, o ex-presidente Nicolas Sarkozy foi colocado no centro do palco, tendo de um lado Alain Juppé, a ex-ministra Nathalie Kosciusko-Morizet e o ex-ministro Bruno Le Maire. Do outro, estavam o ex-ministro Jean-François Copé, o ex-premiê François Fillon e o deputado Jean-Frédéric Poisson.
Os principais candidatos e suas ideias
Juppé, de 71 anos, encabeça as pesquisas. Ex-herdeiro político de Jacques Chirac (1995-2007), se apresenta como o candidato capaz de unir a direita e o centro, e captar votos do eleitorado de esquerda decepcionado. Além disso, defende não estigmatizar os muçulmanos ou ceder ao medo do terrorismo.
Sarkozy, de 61 anos e que perdeu a presidência para o socialista François Hollande em 2012, aposta na mudança em uma campanha ancorada numa direita mais radical, e por isso corteja os eleitores da Frente Nacional.
O ex-presidente defende deter, sem julgamento, todos os suspeitos de radicalização, o que seu adversários rejeitam, classificando de "Guantánamo à francesa". Também defende a proibição do burkini, o traje de banho islâmico, o véu islâmico e os cardápios substitutos nas escolas para alunos muçulmanos que não comem carne de porco.
Terceiro na disputa, ainda que muito atrás de Juppé e Sarkozy, aparece o ex-ministro da Agricultura Bruno Le Maire, que, com seus 47 anos, se apresenta como uma alternativa para renovar o sistema político francês.
Também figura na lista o ex-premiê de Sarkozy François Fillon, que se apresentava como um simples colaborador, mas agora expõe publicamente suas desavenças com o ex-presidente.
A única mulher entre os candidatos é a ex-ministra Nathalie Kosciusko-Morizet, de 43 anos, porta-voz de uma minoritária "direita moderna", moderada, e ecologista, que conseguiu reunir o apoio necessário para participar na disputa in extremis.
É a primeira vez que o principal partido de direita, os Republicanos (LR), a antiga União por um Movimento Popular (UMP), organiza primárias para as presidenciais.
A campanha prevê mais dois debates prévios ao primeiro turno, em 3 e 17 de novembro, e um debate entre os finalistas em 24 de novembro.
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