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Parioca, a palavra que define os franceses que vivem entre Paris e Rio

Fusão de parisiense e carioca, o termo veio em uma conversa entre duas amigas e parceiras francesas que vivem na ponte Paris-Rio.Tanta gente se identificou que foi criada uma comunidade no Facebook chamada Paris de Janeiro.

Nadine Gonzalez (à esq.) e Céline Fakhouri, duas pariocas que vivem entre Rio e Paris
Nadine Gonzalez (à esq.) e Céline Fakhouri, duas pariocas que vivem entre Rio e Paris LC
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Quando as francesas Nadine Gonzalez e a diretora artística Céline Fakhouri conversavam sobre seus conterrâneos, que são muitos, que vivem entre a capital francesa e o Rio de Janeiro, veio à tona a palavra "parioca".

A expressão agradou tanto que até o cantor Seu Jorge, um assíduo frequentador de Paris, compôs uma música com esse título junto com o amigo e parioca, o famoso cantor Matthieu Chedid, mais conhecido como M; a produção vai ser de outro parioca, o DJ Jérôme Pigeon, cujo nome artístico é Gringo da Parada (mais carioca, impossível!).

Onde os pariocas se encontram no mundo das redes sociais? Na página Facebook Paris de Janeiro. Sempre brincando com a ideia de viajar entre os dois países, os membros da comunidade podem participar do "check in", que consiste em responder a perguntas sobre suas preferências nas duas cidades.

Atualmente, o cantor M acabou de fazer o seu "check in": passear na praia de Ipanema, beber caipirinha admirando o pôr do Sol, comprar percussões recomendadas por Seu Jorge, levar um pequeno violão para se inspirar, são algumas das preferências do artista quando desembarca no Rio. Já quando volta, ele não dispensa um copo de vinho na Closerie des Lilas ou andar com um livro de filosofia embaixo do braço...

Os membros da comunidade parioca levam sua identidade muito a sério e logo vão receber um "passaporte"; para ganhar o documento, têm que enviar uma foto e responder às perguntas que foram feitas ao cantor M, sobre as suas preferências nas duas cidades.

Paris de Janeiro, projeto comercial de mãos dadas com o social

Atualmente, as duas pariocas Céline e Nadine estão na capital francesa com o projeto Paris de Janeiro, que, sem deixar o interesse econômico de lado, aborda a situação do expatriado, "essas pessoas que viajam e que estão sempre entre dois países, às vezes sem saber direito onde mora...", comentam.

Nadine e a amiga Céline Fakhouri, que viveu quase 20 anos no Brasil e acaba de regressar a Paris, explicam que a ideia é valorizar artistas, estilistas e criadores através de eventos pontuais que possam promover seus trabalhos.

Até o dia 26 de outubro, elas apresentam o conceito "Home Suit Home N° 1", uma mala com produtos de criadores franceses e brasileiros "como uma casa ambulante, com tudo o que a gente mais gosta de ter, com o que temos mais cumplicidade", observam. Vale citar que na mala tem um perfume chamado "Trama", o primeiro criado pelos alunos da Escola Geração Vidigal, da comunidade: "Foram seis meses para desenvolver um cheiro que correspondesse ao que queriam todos os alunos, ficou muito pessoal", conta Nadine.

O aspecto social e solidário é uma preocupação constante para as duas amigas, que também incluíram na mala artigos produzidos no Rio por cooperativas de comunidades ligadas à Casa Geração Vidigal. "O que tem na mala é mais um espírito, essa ideia de ser meio nômade, de viver em mais de um lugar, é a tradução de um jeito de viver", fala Céline.

Nadine é diretora da primeira escola de estilismo do Brasil em uma favela, a Casa Geração Vidigal; no ano passado, durante a Fashion Week na cidade, foi apresentada a primeira coleção criada por uma aluna do Vidigal; o sucesso foi tanto que a ideia atravessou o oceano e agora Nadine está organizando a implementação de uma escola nos mesmos moldes para jovens de uma periferia da capital francesa.

 

 

 

 

 

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