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Imprensa

Les Echos: perspectivas de crescimento do Brasil são "obscuras", mas estão melhorando

O jornal francês Les Echos que chegou às bancas na manhã desta sexta-feira (19) traz uma matéria falando sobre as perspectivas de crescimento da economia brasileira. Mas, para o diário econômico, o futuro do país, que enfrenta uma grave crise política, ainda é incerto.

Matéria do jornal francês Les Echos, comenta as perspectivas positivas de crescimento da economia brasileira.
Matéria do jornal francês Les Echos, comenta as perspectivas positivas de crescimento da economia brasileira. RFI/ Fotomontagem
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O correspondente do Les Echos em São Paulo, Thierry Ogier, escreve: "Ainda convalescente, a economia brasileira se recupera de uma longa recessão agravada por uma crise política, que deve conhecer seu desfecho na próxima semana, com a etapa final do processo de destituição de Dilma Rousseff". O repórter reitera: "Caso permaneça em sua função, o presidente interino Michel Temer deve mergulhar de braços abertos em um programa de austeridade e reforçar a confiança dos investidores".

Mas, por enquanto, lembra Les Echos, "as perspectivas são obscuras". O diário cita como exemplo a gigante alemã Mercedes Benz, que suspendeu a produção de caminhões em sua fábrica em São Paulo e ameaçou demitir quase 10 mil empregados, que se somariam ao grupo de 11 milhões e 500 mil desempregados no país.

O jornal destaca que, desde o ano passado, a economia do país ensaia uma leve recuperação. Prova disso, diz Les Echos, é que a previsão de crescimento para 2017 foi revisada de 1,2% a 1,6%. "Os primeiros sinais da recuperação começam a aparecer", segundo o ministro das Finanças, Henrique Meirelles, citado na matéria. O jornal lembra que Meirelles propôs o congelamento dos gastos públicos duran-te 20 anos para tentar controlar o déficit no orçamento, que beira os 10% do PIB brasileiro.

No entanto, escreve Les Echos, apenas essa medida não será suficiente. Por isso, Temer já começa a preparar a opinião pública para enfrentar a austeridade, especialmente em relação à reforma das aposentadorias, cujos gastos são considerados exagerados pelo governo interino. Do outro lado, os sindicatos já preparam a resistência e devem se manifestar na próxima terça-feira (23) em cerca de 10 cidades, publica o jornal. "A grande batalha neste fronte acontecerá em 2017", quando os brasileiros sentirão os verdadeiros efeitos do rigor econômico.

Últimas "cartadas" de Dilma

Em outra matéria, na mesma página, Les Echos fala das "últimas cartadas" da presidente afastada Dilma Rousseff. "Suspensa de suas funções desde abril, ela se prepara para comparecer diante do Senado no dia 25 de agosto", publica.

O diário também fala da carta que Dilma escreveu à nação, lida no início desta semana pela própria presidente, na qual ela se diz, mais uma vez, inocente: "um apelo de última hora", escreve o jornal. "Dilma Rousseff propõe, para tentar romper o impasse político, um referendo sobre eleições antecipadas", mas Les Echos lembra que a possibilidade já foi negada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, porque, segundo ele, "esta etapa não está prevista na Constituição".

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