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França

Refugiados: Prefeitura de Paris desmantela campo atingido por tuberculose

Um acampamento de refugiados foi desmantelado nesta segunda-feira (06), nos jardins de Eole, em Paris, por causa de um surto de tuberculose. No total, 1.902 pessoas, em sua maioria homens com menos de 30 anos, foram levados em 44 ônibus para outras localidades do departamento de Ile de France. A ministra da Habitação, Emmanuelle Cosse, disse que “essas pessoas devem ir para abrigos e entrar com pedidos de asilo”.

Refugiados deixam acampamento e embarcam em ônibus da prefeitura.
Refugiados deixam acampamento e embarcam em ônibus da prefeitura. Tarakhail Ezatwazir
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Sarah Bazin, colaboração para a RFI

Segundo a ONG Médicos do Mundo (Médecins du Monde), é a primeira vez que a tuberculose é detectada em campos de refugiados em Paris. A entidade diz que foram confirmados três casos - dois deles em adolescentes de 16 anos - e mais três casos ainda estão sendo estudados. Os pacientes foram levados para hospitais da região. A tuberculose, doença contagiosa que atinge os pulmões, se alastra facilmente pelo ar, em ambientes confinados.

A situação do acampamento era muito insalubre e propícia para a proliferação de doenças. Camile Cortez, uma das coordenadoras do grupo Sciences Po Refugee Help, diz que as condições no campo de Eole estavam insustentáveis, principalmente por causa das chuvas das últimas semanas, na capital francesa. “Doenças de pele se alastravam facilmente entre os refugiados por causa da falta de higiene e altos niveis de estresse, além dos casos de tuberculose.”

Arbitrariedades policiais

O acampamento em Eole é recente, como tantos outros que surgem diariamente na cidade. Camile diz que, em comparação com outros locais, este estava tranquilo. Mas isso não impede arbitrariedades por parte da polícia no início da formação de um novo acampamento.

"Eles permitiram que os refugiados ficassem fixos no jardim de Eole, porém, antes disso, toda noite policiais acordavam os refugiados e mandavam eles saírem do lugar justamente, para não deixar que eles formassem um campo”, contou. Ela ainda diz que muitos voluntários da Refugee Help chegaram dormir em acampamentos de refugiados, no início de sua instalação, para evitar ataques noturnos da polícia.

Segundo o jornal Le Parisien, 200 refugiados devem ser levados para ginásios das cidades de Bezons e Cergy, 300 para Lagny-sur-Marne e outros para Versailles. Algumas prefeituras protestaram contra a chegada de novos refugiados à suas cidades, como o prefeito de Argenteuil, que disse em um post em uma rede social “Eu digo CHEGA”, pois, segundo ele, a cidade não tem capacidade para receber decentemente mais refugiados.

A prefeitura de Paris anunciou na semana passada que será construído ao norte da cidade um “acampamento humanitário”, seguindo as normas da ONU, com habitações modulares que possam ser instaladas rapidamente. A prefeita Anne Hidalgo disse que “esse campo deverá acolher algumas centenas de pessoas de forma confortável”. A previsão é que esteja pronto em um mês e meio.
 

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