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França/Cultura

Grevistas invadem teatros em Paris

Os funcionários do mundo do espetáculo lançaram um movimento de greve que tem afetado a programação de vários teatros parisienses. Diversas salas foram atingidas, entre elas a famosa Comédie Française, que foi invadida pelos grevistas e permanece ocupada.

O teatro Odéon, no Quartier Latin, em Paris, foi um dos primeiros invadidos pelos grevistas.
O teatro Odéon, no Quartier Latin, em Paris, foi um dos primeiros invadidos pelos grevistas. REUTERS/Charles Platiau
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Um das primeiras salas de espetáculos ocupadas foi o teatro Odéon, no Quartier Latin, tomado desde domingo. Os diretores do local tiveram que anular as apresentações da peça “Fedra(s)”, protagonizada por Isabelle Huppert.

Já a Comédie Française, conhecida como “a casa de Molière”, que já havia anulado a apresentação de Romeu e Julieta, foi invadida na noite desta terça-feira (26) pouco antes do início da peça “Lucrécia Borgia”. O público teve que deixar a sala que, deste então, está cercada por policiais.

Além de Paris, teatros em Estrasburgo, Bordeaux, Lille, Montpellier e Caen também foram invadidos, mesmo se os espetáculos não chegaram a ser interrompidos.

Os representantes sindicais retomaram as negociações com o governo nessa quarta-feira (27).

Sistema criticado por seu custo

Conhecidos como “intermitentes do espetáculo”, os artistas e técnicos que trabalham no setor na França beneficiam de um sistema de indenizações específico. O dispositivo proporciona uma remuneração à categoria durante os períodos em que os profissionais estão sem trabalho, por exemplo entre duas turnês. O valor é determinado em função do número de dias e horas trabalhados no passado. Mais vantajoso que o seguro desemprego convencional, o modelo é criticado por seu custo elevado para os cofres públicos e o governo vem tentando reformá-lo, o que provocou a greve. 

A mobilização acontece em um momento delicado, quando se aproxima a temporada de grandes festivais no hemisfério norte. Uma greve similar já atrapalhou a programação de vários eventos importantes no passado. Em 2014, a paralisação chegou a provocar a anulação da abertura do Festival de Teatro de Avignon, um dos principais do mundo. No mesmo ano, a transmissão da cerimônia de abertura do Festival de Cinema de Cannes também foi perturbada pelos grevistas, que aproveitaram a visibilidade internacional do evento para tentar exprimir suas reivindicações.

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