França: 150 mil estudantes protestam contra reforma trabalhista
Milhares de estudantes marcharam nesta quinta-feira (17) em toda a França contra o projeto de reforma da legislação trabalhista do governo. Segundo a União Nacional dos Estudantes da França (Unef), o número de participantes da mobilização ultrapassou 150 mil em todo o país.
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Em Paris, 9 mil jovens participaram dos protestos onde 15 liceus foram bloqueados pelos manifestantes. Confrontos com as forças de ordem foram registrados na capital francesa. Três pessoas foram presas e dois policiais ficaram feridos.
Já Rennes, no noroeste da França, contabilizou a participação de 12 mil estudantes. Na cidade, os estudantes bloquearam a estação de trem, interrompendo a circulação férrea.
Outras grandes cidades francesas também tiveram marchas estudantis. Em Lyon, foram 10 mil jovens. Toulouse contabilizou 6 mil estudantes.
Jovens sofrem com o desemprego na França
Os estudantes consideram o projeto do governo liberal, amplamente favorável às empresas em detrimento dos trabalhadores. Os jovens são a categoria que mais enfrenta dificuldades para encontrar um emprego, ao lado dos sêniores, e são também pouco protegidos pela lei.
Na semana passada, em uma primeira grande mobilização em todo o país contra o projeto de reforma trabalhista, cerca de 100 mil estudantes protestaram ao lado de cerca de 400 mil trabalhadores, segundo os sindicatos. As autoridades francesas contabilizaram 224 mil pessoas em todo o país.
Sindicato estudantil pede cancelamento da reforma
Para o Unef, a mobilização desta quinta-feira foi uma "vitória". "Temos um governo que recua diante da pressão social", disse à RFI o vice-presidente do sindicato, Martin Bontemps. Em comunicado, a organização pede que o governo cancele o projeto de reforma "para realizar verdadeiros debates sobre as reivindicações dos jovens".
Na tarde desta quinta-feira, o primeiro-ministro francês Manuel Valls declarou que "não há nenhuma razão para pedir o cancelamento da reforma". "Eu sou muito atento às expectativas, aspirações, exigências, revoltas e angústias da juventude. Eu peço que eles leiam com cuidado o texto, as mudanças que nós fizemos depois de um debate muito rico com os sindicatos e as organizações estudantis", declarou, ressaltando que "a porta dos ministérios, e a minha também, estão abertas para todos aqueles que querem representar os jovens".
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