Contra reforma trabalhista, sindicatos franceses vão às ruas nesta quarta
Uma coalizão de sindicatos, entre eles duas centrais, além de organizações de estudantes e partidos políticos convocaram manifestações e greves para esta quarta-feira (9) contra a reforma da lei trabalhista proposta pela ministra Myriam El Khomri. O projeto de lei deveria ser apresentado no mesmo dia ao Conselho de Ministros, mas, devido à resistência, foi adiado por mais duas semanas, tempo que o governo promete usar para negociar.
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Duas centrais sindicais – a Force Ouvrière (FO) e a Confédération Générale du Travail (CGT) – estão na linha de frente da resistência à reforma, em especial no ponto que é considerado um golpe na jornada de trabalho de 35 horas semanais. O texto não acaba com as 35 horas, mas torna possível uma maior flexibilidade, principalmente para empresas com menos de 50 funcionários.
Os sindicatos também se insurgem contra a mudança na lei das demissões. O projeto promete, entre outras modificações, limitar o valor das indenizações decididas pelo poder judiciário em caso de demissão abusiva.
O principal problema para o governo de François Hollande e de seu primeiro-ministro Manuel Valls é que uma grande parte de seus apoiadores estará protestando nas ruas nesta quarta-feira. Segundo uma pesquisa do Instituto BVA, dois terços dos simpatizantes da esquerda apoiam as mobilizações.
Greve dos ferroviários
E não são somente os sindicatos que conclamam a manifestação. O partido Europe Ecologie Les Verts, que já foi aliado do governo, se une ao movimento, assim como organizações de estudantes secundaristas e o Unef, principal sindicato de estudantes – todos à esquerda. Uma petição contra a lei já reúne 1,2 milhão de assinaturas e seus organizadores convocaram uma manifestação à tarde, na Praça de République, centro de Paris.
Uma coincidência de datas deve colaborar para aumentar ainda mais a mobilização. Os ferroviários da SNCF – principal empresa francesa de trens –, já haviam agendado uma greve para a quarta-feira, por motivos diferentes, e devem se somar à mobilização contra a reforma da lei trabalhista. “Cada um tem as suas reivindicações, mas há uma convergência de interesses no sentido de que o governo pare de ouvir os patrões e ouça um pouco os trabalhadores”, afirmou o líder dos ferroviários Gilbert Garrel.
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