Acessar o conteúdo principal
França/Justiça

Justiça começa a julgar policiais por morte de jovens na periferia de Paris

Dez anos após a morte de dois adolescentes em Clichy-Sous-Bois, na periferia de Paris, incidente que deu início a três semanas da maior revolta já registrada nos bairros pobres da capital francesa, começa nesta segunda-feira (16) o julgamento de dois policiais envolvidos no caso. Eles são acusados de não ter prestado socorro aos dois adolescentes, que fugiram de uma blitz da polícia se escondendo em uma central de distribuição elétrica.

Zyed Benna (à esq) e Bouna Traoré
Zyed Benna (à esq) e Bouna Traoré Wikimedia Commons
Publicidade

Os adolescentes Bouna Traoré e Zyed Benna, na época com 15 anos e 17 anos, morreram eletrocutados. Na mesma noite, os primeiros incidentes violentos foram registrados na região de Clichy-Sous-Bois e depois ganharam toda a França.

Comunicações de rádio entre a viatura de polícia que perseguia os adolescentes e a delegacia atestam que os policiais sabiam que os jovens tinham se refugiado na central elétrica, por isso eles são acusados de não ter protegido os rapazes.

Esperança de justiça

Hoje, as famílias das vítimas e outros jovens que se sentem vítimas de discriminação policial por serem negros, pobres ou descendentes de imigrantes pedem justiça. O julgamento foi transferido para a cidade de Rennes, no oeste da França, para evitar tumultos na capital.

Os familiares das duas vítimas vão poder acompanhar o julgamento em Rennes, graças a recursos arrecadados por amigos e pessoas que se solidarizaram com o drama. Eles querem um “processo de reconciliação” estabelecendo que “os jovens das periferias tenham o direito de serem protegidos do abuso do poder público”.

Os dois policiais envolvidos na tragédia insistem na sua inocência e continuam trabalhando normalmente. A policial Stéphanie K. tinha, na época, 28 anos e estava na recepção da delegacia de Livry-Gargan, onde chegavam as mensagens de rádio. Já Sébastien G., 31 anos no dia da tragédia, foi quem identificou “silhuetas” perto da central elétrica e pediu reforço policial.

O trabalho da justiça foi demorado e teve muitas reviravoltas pois três juízes de instrução se revezaram no caso e houve diferenças de interpretação do fato com o ministério público. A defesa garante que os policiais não cometeram erros e comparecem à audiência de “cabeça erguida”.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.