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Antissemitismo/França

Três suspeitos de agredir casal judeu na periferia de Paris são indiciados

Três jovens foram indiciados na madrugada desta quinta-feira (4) pela Justiça francesa, acusados de participar de violências contra um casal judeu em Créteil, na periferia de Paris, em um ato classificado como antissemita pelo governo. Dois dos supostos autores das agressões foram reconhecidos pelas vítimas. O terceiro indiciado teria agido como cúmplice.

Prédio onde o casal de judeus foi agredido na segunda-feira (1), na cidade de Créteil, periferia de Paris.
Prédio onde o casal de judeus foi agredido na segunda-feira (1), na cidade de Créteil, periferia de Paris. Captura vídeo
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Os três homens permanecerão em prisão provisória durante as investigações. Um quarto envolvido no caso está desaparecido. Na segunda-feira (1), encapuzados e armados de fuzis, eles entraram no apartamento de uma família judia, onde um dos filhos do inquilino, de 21 anos, estava no local com sua companheira, de 19 anos.

O casal foi amarrado durante uma hora e meia, enquanto os invasores vasculharam o apartamento e roubaram joias, aparelhos eletrônicos e cartões de banco. As investigações mostraram que a garota foi estuprada.

Os três indiciados também são suspeitos de terem agredido, no mês passado, um idoso de 70 anos por ser judeu.

França ferida

O presidente francês, François Hollande, classificou hoje as violências como “insuportáveis”. “Quando tragédias como essas acontecem, não são só as famílias das vítimas que são afetadas, é o que a França tem de maior e de melhor que é ferido, quebrado”, disse, em uma coletiva de imprensa, no Palácio do Eliseu.

Hollande prometeu intensificar a luta contra o racismo, o antissemitismo e todos os outros tipos de discriminação na França. “Não é possível fazer de conta que não vimos nada disso, mas, ao contrário, é preciso mostrar o que acontece para que essas violências não sejam mais aceitas”, reiterou.

Destruição do sonho francês

O grande rabino da França, Haim Korsia, condenou hoje a agressão de Créteil, ressaltando que “o racismo e o antissemitismo são sinônimos da destruição de um sonho francês”.

“Lutar contra os preconceitos é batalhar por uma França que amamos”, completou o representante da maior comunidade judia na Europa. Em uma mensagem escrita pelo representante e divulgada pela Agência France Presse (AFP), o grande rabino também agradece os esforços da polícia e do governo franceses.

Nesta quarta-feira, um relatório divulgado pelo Serviço de Proteção da Comunidade Judaica mostrou que o número de atos antissemitas na França cresceu 91% nos primeiros sete meses do ano em relação ao mesmo período de 2013. A França contabiliza entre 500 mil a 600 mil judeus atualmente em seu território.

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