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França/Economia

França tenta seduzir empresas multinacionais

O presidente francês, François Hollande, quer atrair mais investimentos para a França. Para isso, ele reuniu nesta segunda-feira (17) no Palácio do Eliseu 34 dirigentes de grandes companhias multinacionais. O objetivo é seduzir o setor empresarial.

O presidente francês, François Hollande, se encontrou nesta segunda-feira (17) com dirigentes de multinacionais no palácio do Eliseu.
O presidente francês, François Hollande, se encontrou nesta segunda-feira (17) com dirigentes de multinacionais no palácio do Eliseu. REUTERS/Remy de la Mauviniere/Pool
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"Nós não temos medo dos capitais que são investidos na França, não queremos nos proteger", enfatizou François Hollande no encerramento do Conselho estratégico de atratividade da economia francesa organizado nesta segunda-feira no palácio do Eliseu.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, apontou os esforços do governo em favor da competitividade da economia francesa. "Reduzimos as cotisações trabalhistas pagas pelas empresas para ajudá-las a recuperar suas margens, a fim de contratar funcionários e investir", disse ele.

O encontro reuniu pesos pesados de vários segmentos da indústria mundial, como a alemã Bosch, a suíça Nestlé, o japonês Rakuten, gigante do comércio eletrônico, a sul-coreana Samsung, a sueca Volvo e a americana General Electric.

Juntas, as empresas convidadas para a reunião têm um faturamento anual de 850 bilhões de euros e respondem por cem mil empregos somente na França.

Mas essa missão de sedução não é das mais fáceis. A França tem como grande chamariz o fato de ser a segunda maior economia da Europa. O país, porém, tem fragilidades que o mundo empresarial não se cansa de apontar. Entre elas, a carga tributária pesada e uma legislação trabalhista considerada pouco flexível.

A alíquota de 75% do imposto para os salários anuais superiores a 1 milhão de euros assusta os investidores, assim como um tributo para empresas que este ano deve chegar a 38%, um recorde na Europa.

Países emergentes

Segundo a consultoria Ernst and Young, a França "emite sinais defensivos e até mesmo repulsivos que preocupam empresários e dirigentes", enquanto a Alemanha e o Reino Unido, ao contrário, "estão mais bem ancorados na globalização e são considerados mais flexíveis e mais competitivos".

De acordo com a "Conferência das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento", os investimentos estrangeiros diretos na França tiveram uma queda de 77% no ano passado, enquanto aumentaram cinco vezes na Alemanha. O palácio do Eliseu afirma que esses dados são provisórios e podem sofrer "importantes correções".

Para François Hollande, o grande desafio é atrair mais investidores dos países emergentes. Atualmente, 75% dos investimentos na França são provenientes da Europa. Os países emergentes realizam somente 10% das decisões de investimento no país, segundo o palácio do Eliseu.

O presidente francês anunciou várias medidas após a reunião: fusão da agência francesa dos investimentos internacionais e da UbiFrance (agência francesa para o desenvolvimento internacional das empresas), a criação de um "passaporte talentos" para "receber melhor os inovadores e criadores" e vistos de longa duração concedidos em 48 horas para empresários.

Ele também anunciou a simplificação em 2015 do regime do imposto sobre bens e serviços aplicado às empresas importadoras e a desmaterialização "antes do final do ano" de "todos os procedimentos na alfândega relativos a importação e exportação". Além disso, o conselho de atratividade vai se reunir a cada seis meses.

Segundo o Eliseu, 20 mil empresas estrangeiras e suas filiais estão instaladas na França, onde empregam cerca de dois milhões de pessoas.

 

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