A região francesa da Bretanha foi invadida por gorros vermelhos nos últimos dias. Não é moda de estação, mas uma forma de protesto contra as medidas econômicas impostas pelo governo com grande impacto na agricultura, setor importante na região. Eles lutam por menos impostos e por mais suporte às empresas, para que, consequentemente, não haja demissões. As circunstâncias fizeram com que patrões e empregados manifestassem lado a lado, cena rara na tradição sindicalista francesa, o que fez com que uma parte do movimento se distanciasse por não concordar com o método.
Domingo, dia 3 de novembro, cerca de 15 mil pessoas marcharam pelas ruas da cidade de Quimper com seus gorros vermelhos, o equivalente a quase um quarto da população local. Os manifestantes pediram, entre outras coisas, a anulação do imposto ecológico sobre veículos pesados, que no momento está apenas suspenso. O novo tributo é uma tentativa de compensar a poluição e o desgaste ambiental causados pela circulação de caminhões e outros grandes veículos, o que acaba prejudicando diretamente o transporte de alimentos.
Mikael Bodlore-Penlaez, autor do Atlas da Bretanha e militante pelos interesses da região, explica que além da anulação da taxa rodoviária e da estabilidade dos empregos, a descentralização do poder também é uma prioridade: "A criação de estruturas institucionais na Bretanha é importante para garantir um maior poder para a própria região. Hoje na França temos um sistema muito centralizado e os bretões querem ter mais autonomia política".
Bodlore garante que todas as demandas são possíveis, basta os governantes se esforçarem: " As reivindicações são muito realistas e na minha opinião, muito urgentes também".
Na rua, os manifestantes garantem que vão lutar até o fim por melhores condições do setor. Um agricultor expressou seu descontentamento: "Estamos profundamente chocados por tudo que está acontecendo na Bretanha. Já é muito difícil agora com a crise econômica, se ainda forem nos cobrar imposto sobre a quilometragem, vai ser muito complicado".
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