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França/Governo

Plano de Hollande gera críticas na oposição e na extrema-esquerda

O pacote de medidas para tirar a França da crise em um prazo de dois anos anunciado ontem pelo presidente François Hollande gerou críticas tanto na oposição quanto nas alas mais radicais da esquerda francesa. Os dois lados se dizem “preocupados” com os desdobramentos.

O presidente francês, François Hollande, após entrevista ao canal de televisão TF1.
O presidente francês, François Hollande, após entrevista ao canal de televisão TF1. REUTERS/Kenzo Tribouillard/
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Para o sindicato FO, o programa de disciplina de Hollande é "preocopante" e não é diferente dos demais planos de rigor que circulam pela Europa. “Continuamos no mundo da austeridade”, lamentou o secretário-geral do sindicato, Jean-Claude Mailly, que disse estar “bastante preocupado” com o impacto das medidas para os trabalhadores. Jean-Luc Mélenchon, ex-candidato à presidência pela Frente de Esquerda, a política de austeridade de Hollande vai fazer a França “regredir”.

Já para o ex-premiê François Fillon, é o prazo de dois anos para tirar a França da crise que preocupa. Na avaliação do ex-primeiro ministro de Nicolas Sarkozy, em dois anos a França já vai ter entrado em recessão e o desemprego vai ter aumentado.

Sempre ácida, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, disse que as medidas de Hollande vão levar a França para a pré-história e vão punir, sobretudo, a classe média que vai sofrer com a alta de impostos. Le Pen disse ainda que o governo de Hollande é “amador” e o presidente é “totalmente impotente”.

Os elogios para o seu programa de recuperação da economia só vieram do seu próprio partido. A primeira-secretária do Partido Socialista, Martine Aubry, avaliou que Hollande está “à altura das suas responsabilidades históricas”. O ministro da Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, afirmou que “a luta está apenas começando”. A sua pasta é uma das mais complicadas, já que várias empresas francesas anunciaram a intenção de lançarem programas de demissão em massa.

Desemprego

Na entrevista de ontem, Hollande assegurou que a França está caminho certo e que, apesar da magra taxa de crescimento do PIB prevista para este ano -0,8%-, o governo vai abaixar a taxa de desemprego em até um ano. Hoje a França tem 3 milhões de desempregados.

Mas para Eric Heyer, economista do Observatório Francês das Conjunturas Econômicas, a previsão de Hollande “não é realista”. Para estabilizar a raxa de desemprego, é preciso atingir um crescimento de 1%. E, para fazer o desemprego cair, a economia precisa crescer entre 1,5% et 2%.

 

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