Premiê francês destaca rigor de novas medidas para reduzir déficit

O primeiro-ministro francês, François Fillon, vai apresentar nesta segunda-feira o segundo plano de austeridade, em três meses, do governo de Nicolas Sarkozy. O premiê já avisou que o anúncio não se trata de medidas simbólicas e sim de um plano rigoroso para equilibrar as finanças públicas. 

O primeiro-ministro francês, François Fillon. AFP/Jean-Pierre Clatot

Após um primeiro pacote de medidas de 11 bilhões de euros para reduzir o déficit público, o governo francês tenta agora economizar entre 6 e 8 bilhões de euros para ajustar o orçamento a uma queda do crescimento de 1,75% a 1% no ano que vem. Mais do que aumentar a arrecadação, o desafio é reduzir as despesas.

O setor da saúde na Previdência Social vai participar do esforço e deve perder 500 milhões de euros do seu orçamento. Também é previsto que se acelere a aplicação da reforma da aposentadoria, que causou inúmeras greves no ano passado. O aumento da idade mínima para se aposentar na França, de 60 para 62 anos, deve ter o seu prazo antecipado de 2018 para 2017.

Outra expectativa é para o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), aplicado em setores da economia como construção civil, restaurantes e trabalho a domicílio. A taxa deve passar dos atuais 5,5% para 7% ou até 9%, aumentando a arrecadação em cerca de 1,5 bilhão de euros. Grandes empresas também terão que enfrentar a alta dos seus impostos.

França tenta manter seu triplo A

O economista francês Nicolas Bouzou explica que o governo precisa mostrar que tem capacidade de reduzir suas despesas para manter a nota AAA das agências de notação e respeitar seus compromissos financeiros internacionais.

"Os mercados, os investidores e as agências de notação esperam que o governo mostre que é capaz de diminuir suas despesas públicas, que atualmente representam 56% do PIB da França, valor mais alto entre os países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)", diz o economista.

Este é o segundo plano de cortes no orçamento francês, mas não deve ser o último.