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França/Política

Oposição pede demissão do chefe do serviço secreto francês

A oposição francesa pediu hoje a demissão do chefe do serviço secreto francês, Bernard Squarcini, indiciado pela justiça francesa nesta segunda-feira. Ele é acusado de espionar os telefonemas de um jornalista de Le Monde que investigou o financiamento ilegal da campanha de Sarkozy. O atual presidente teria recebido doações da bilionária Liliane Bettencourt, herdeira do grupo L'Oréal, quando ainda era candidato.

Os líderes da oposição na França pedem a demissão do chefe do serviço secreto, Bernard Squarcini.
Os líderes da oposição na França pedem a demissão do chefe do serviço secreto, Bernard Squarcini. Reuters
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Le Monde prestou queixa por quebra de sigilo de fonte jornalística. Em depoimento, o oficial nomeado por Sarkozy admitiu que pediu à companhia telefônica a conta detalhada de telefone do jornalista para descobrir que pessoas, no interior do governo, estavam alimentando o jornal com informações comprometedoras para Sarkozy. Ele alegou que agiu para proteger os interesses do Estado, que estavam, segundo ele, ameaçados pelas denúncias da imprensa.

O diretor geral da polícia nacional, Frédéric Péchenard, também corre o risco de ser indiciado. Ele deve ser ouvido por uma juíza de instrução francesa, Sylvie Zimmermann, que investiga a obtenção ilícita pelos serviços de polícia das contas de telefone detalhadas de um jornalista.

Durante seu interrogatório de segunda-feira, revelada pelo jornal Le Monde, Bernard Squarcini diz ter agido "de comum acordo" com Frédéric Péchenard para "realizar uma verificação técnica" nas faturas telefônicas do jornalista.

Reações

"Acho espantoso que o ministro do Interior ainda não tenha decretado a demissão de Bernard Squarcini porque o que aconteceu é grave", disse na noite desta segunda-feira François Hollande, o candidato socialista à eleição presidencial de 2012.

"Ele foi indiciado por um magistrado independente e a consequência direta deve ser sua demissão", disse hoje a candidata do partido ecologista, Eva Joly.

Marine Le Pen, a presidente do Front National, de estrema-direita, também criticou a decisão do governo de não demitir Bernard Squarcini nem mesmo temporariamente, enquanto a justiça investiga os fatos. 

Na França, a demissão de um alto funcionário implicado num caso desse tipo não é automática, como em outros países. Bernard Squarcini recebeu o apoio de seu chefe, o ministro do Interior Claude Guéant, muito próximo de Nicolas Sarkozy, que considerou que o indiciamento não impede o chefe do serviço secreto de exercer as suas funções.

O primeiro-ministro, François Fillon, declarou ontem que o governo vai esperar o final do processo para se pronunciar, o que exclui qualquer decisão antes das eleições presidenciais de 2012.

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