Encontro de líderes tenta garantir estabilidade do euro

O encontro entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chefe de governo da Alemanha, Angela Merkel, para discutir a turbulência que atravessa a zona do euro é um dos destaques da imprensa francesa desta terça-feira. O Le Figaro escreve em manchete que os dois líderes se reúnem em Paris para encontrar soluções para a crise.

Angela Merkel e Nicolas Sarkozy reúnem-se nesta terça, em Paris. Reuters

O jornal conservador adianta que a criação dos chamados eurobonds, um bônus comum para toda a zona do euro, está descartada e não faz parte da agenda das discussões. No momento em que a moeda única está sob forte pressão nos mercados, Paris e Berlim querem mostrar que estão unidos para defendê-la e enviar uma mensagem forte aos mercados de que a zona do euro não está fora de controle, escreve o Le Figaro.

O L'Humanité diz que esse encontro da dupla não será como outro qualquer, mas bem mais sério. Oficialmente, a reunião servirá para formular propostas comuns para reformar a governança da zona do euro, mas na verdade, afirma o jornal comunista, eles vão dar sequência a uma reforma mais profunda da construção européia, com a criação de novas instituições ainda mais distantes do povo.

Já o econômico Les Echos lembra que antes mesmo de se encontrar com a chanceler alemã, o presidente Sarkozy tem agendada uma reunião com seu primeiro-ministro François Fillon para discutir medidas para reduzir o déficit do orçamento francês para o ano que vem, medida necessária para afastar as ameaças de perda de confiança na economia do país, como aconteceu com os Estados Unidos. O diário afirma que as previsões de crescimento da França de 2% para este ano e de 2,25% para o ano que vem dificilmente serão cumpridas e o Palácio do Eliseu já admite essa dura realidade.

A compra da Motorola pela Google é outro destaque da imprensa francesa. Para o Libération, ao desembolsar 8,7 bilhões de euros para adquirir o fabricante americano de celulares, a Google relança seu sistema de exploração Android para reforçar sua presença no mercado e concorrer com o Apple e seu famoso iPhone. A guerra dos smartphones está apenas começando, afirma o Libération.