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França/Política

Sarkozy quer que ministros passem férias na França

 O escândalo causado pelas férias da chanceler e do primeiro-ministro franceses, na Tunísia e no Egito, causou uma reação imediata do presidente Nicolas Sarkozy, durante o Conselho dos Ministros.  

Em primeiro plano, Michèle Alliot-Marie, François Fillon et Nicolas Sarkozy.
Em primeiro plano, Michèle Alliot-Marie, François Fillon et Nicolas Sarkozy. AFP/Eric Feferberg
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A partir de agora, os ministros franceses devem dar preferência à França como destino turístico de suas férias, além de submeter à aprovação do primeiro-ministro os convites para viagens ao exterior. Esses convites serão analisadas pelo premiê e pela célula diplomática da presidência, que examinarão se elas são compatíveis com a política exterior da França. Esta foi a advertência do presidente Nicolas Sarkozy durante o Conselho de Ministros desta quarta-feira.

O primeiro-ministro François Fillon, também criticado por ter passado suas férias de Natal no Egito, a convite do presidente Hosni Moubarak, faz um comunicado hoje aos membros do gabinete, sobre a prevenção de conflitos de interesses.

O cientista político Frédéric Louault, do Observatório Político da América Latina e Caribe da Universidade Sciences Po, considera que as mordomias dos governantes franceses deixam a população particularmente indignada no atual contexto de crise econômica que a França atravessa. O governo pede sacrifícios à população para ajudar no desenvolvimento do país e deveria dar o exemplo. "O povo percebe que os representantes políticos têm condições privilegiadas e deveriam ser mais comedidos", diz o politólogo. Louault considerou importante o presidente Sarkozy reagir com rapidez, para que as regras fiquem claras sem deixar margem para interpretações. Louault lembra que o presidente e o primeiro-ministro franceses devem viajar sempre com aviões da frota estatal, o que não é o caso de ministros e membros do segundo escalão.

 Os fatos

A ministra das Relações Exteriores, Michèle Alliot-Marie, recebeu uma avalanche de críticas por ter viajado duas vezes na Tunísia no jatinho particular de um empresário ligado à família do ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali, em plena rebelião popular contra o regime. A oposição chegou a pedir sua demissão, deixando Sarkozy em situação embaraçosa.

Já o primeiro-ministro François Fillon passou suas férias familiares de Natal no Egito, financiadas pelo regime de Hosni Moubarak.

Nesta quarta-feira, diante da Assembleia Nacional, o chefe do governo francês afirmou que respeitou estritamente todas as regras de segurança relativas às viagens particulares do presidente da República e do primeiro-ministro. François Fillon recebeu o apoio da direita através de uma enorme ovação na sessão parlamentar de hoje.

05:29

Ouça o comentário do cientista político Frédéric Louault

 

 

 

 

 

 

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