França não acredita na conclusão da Rodada Doha
Os 30 países representados em Davos anunciaram durante o evento, encerrado no domingo, a retomada das discussões da Rodada de Doha para liberalização do comércio mundial, mas a França é cética. Em entrevista publicada no jornal econômico francês La Tribune de domingo, a ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, diz que a ideia está destinada ao fracasso.
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A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, critica o mecanismo adotado pelas maiores economias do mundo nas negociações na OMC. Segundo ela, esse mecanismo está reduzido a uma fórmula do "tudo ou nada". Para Lagarde, as principais dificuldades na negociação estão no jogo de equilibristas disputado pelos Estados Unidos e pela Índia, particularmente.
Em meados de janeiro, o embaixador americano na OMC, Michael Puncke, disse que as propostas comerciais enviadas pela China à organização eram decepcionantes. Sobre a Índia, o embaixador americano declarou que o país dava um passo à frente, um atrás.
Os interesses discordantes em jogo são os mesmos: as potências emergentes exigem o fim dos subsídios agrícolas e os países desenvolvidos menores tarifas alfandegárias e mais espaço aos produtos industrializados e serviços. A posição de princípio dos Estados Unidos é de que os países industrializados já fizeram muitas concessões e agora esperam a contrapartida dos emergentes.
No sábado, em Davos, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, não deixou de mandar o recado: "Aqueles que querem mais, também deveriam pagar mais".
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