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França/greve

Greve nas refinarias francesas pode prejudicar abastecimento

Cerca de 50% dos funcionários das doze refinarias do país estão paralisados. Dez delas podem interrromper totalmente a produção nos próximos dias. O governo francês pediu o desbloqueio forçado dos depósitos de petróleo. O oleoduto que fornece combustível para os aeroportos de Orly e Roissy estão paralisados nesta sexta-feira por falta de abastecimento.

Depósitos de combustíveis bloqueados
Depósitos de combustíveis bloqueados Reuters
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Os funcionários das refinarias francesas continuam em greve nesta sexta-feira, aumentando o risco de falta de combustível na próxima semana. Segundo a direção, 50% dos trabalhadores estão parados. De acordo com a CGT e a CFDT, dois dos principais sindicatos franceses, 12 refinarias registraram problemas de abastecimento de petróleo bruto, e a distribuição está bloqueada. Dez delas, ainda de acordo com os sindicalistas, podem interromper totalmente a produção nos próximos dias. O oleoduto que fornece combustível para os aeroportos de Orly e Roissy também estão paralisados nesta sexta-feira por falta de abastecimento.

Em Estraburgo, no leste do país, o depósito de Saint Baussant votou pela continuidade do movimento, e nove dos 29 trabalhadores impedem os caminhões de realizar o abastecimento. Nesta sexta-feira, as forças policiais desbloquearam a força outros quatro depósitos. O secretário dos transportes, Dominique Bussereau, justificou a medida para evitar a carência de combustível. Ele ainda declarou “que era inútil os motoristas correrem até os postos de gasolina para abastecer seus carros.” No fim-de-semana foi registrado um aumento de 50% no consumo de combustível.

Diante do risco de sérios problemas de abastecimento, o governo francês autorizou nesta quinta-feira as companhias petrolíferas a utilizarem seus estoques reservas, que garantem 11 dias de consumo. A intenção, por enquanto, é não utilizar os chamados estoques estratégicos, que representam 17 milhões de toneladas de petróleo bruto e 98 dias e meio de consumo. Os sete principais sindicatos franceses decidiram organizar um novo dia de mobilização geral na próxima terça-feira, dia 19 de outubro, um dia antes do voto definitivo da reforma da previdência no Senado.

O objetivo é repetir o sucesso da manifestação do dia 12 de outubro, quando mais de 3 milhões de pessoas saíram às ruas para protestar contra as medidas do governo – cerca de um milhão segundo a polícia. De acordo com o texto do comunicado, “o governo e os parlamentares não podem menosprezar e ignorar as exigências feitas pelos assalariados e as organizações sindicais. “No sábado, são esperadas novas manifestações, mas no fim-de-semana o impacto da paralisação é menor.

A mobilização contra a reforma das aposentadorias também ganhou nesta sexta-feira, um apoio de peso e temido pelo governo: o dos estudantes. Mais de 600 escolas do país estão parcial ou totalmente em greve hoje, o que representa menos de 10% do total. Nos transportes, o movimento perdeu força nos últimos dois dias, e a taxa de participação dos grevistas é menor. Nesta quinta-feira, por exemplo, a taxa de adesão na SNCF, a companhia que administra os trens, foi de 20,3% , segundo a direção, e 31,25% segundo as organizações sindicais. As linhas de metrô estão funcionando quase normalmente nesta sexta-feira. Um dos motivos seria o endurecimento das leis que punem financeiramente os grevistas das empresas públicas. O desconto nos salários, que antes acontecia paulatinamente, agora é feito a curto prazo.

 

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