Jornais denunciam envolvimento do Estado francês no caso Bettencourt

Os jornais franceses trazem manchetes variadas nesta quinta-feira. Os principais assuntos em destaque são o início do processo envolvendo a proprietária da L'Oréal, Liliane Bettencourt, e a volatilidade nas bolsas de valores.

Capa do jornal francês Libération sobre o caso Bettencourt. DR

O início do processo envolvendo a proprietária da L'Oréal, Liliane Bettencourt, e o fotógrafo François-Marie Banier recebe destaque em praticamente todos os jornais nesta quinta-feira. O processo contra o fotógrafo e escritor, acusado de ter abusado da fragilidade mental da mulher mais rica da França, para conseguir doações, começa hoje num ambiente de alta tensão, relata Le Figaro.

Libération explica como o caso, que no início envolvia apenas os herdeiros da L'Oreal, se transformou em um escândalo de Estado. Libé comenta como a proximidade de Liliane Bettencourt com o atual ministro do Trabalho e ex do Planejamento, Eric Woerth, obrigou o partido do presidente Nicolas Sarkozy, UMP, a se mobilizar. Pressionados pelo presidente, o governo e os deputados da maioria defenderam Woerth dos ataques da esquerda, comenta Libération.

Em economia, Les Echos enfoca os investimentos da Total no Brasil. A empresa francesa comprou da Shell a autorização de exploração de 20% do pré-sal na baía de Santos, um das zonas petrolíferas mais importantes do mundo. A transação, que teria custado 300 milhões de dólares, é apresentada como uma etapa histórica nos investimentos da francesa Total no Brasil.

Les Echos também faz um balanço do primeiro semestre nas bolsas de valores. "Seis meses difíceis para o mercado financeiro mundial”, constata o diário. As bolsas do sul da Europa foram as que mais sofreram. Alguns especialistas não descartam a hipótese de uma nova queda importante, explica Les Echos.

Enquanto isso, L'Humanité concentra sua manchete nos aumentos de preço que marcam o dia 1° de julho na França. O jornal alerta para a desigualdade no reajuste do seguro desemprego, que não acompanhou os tradicionais aumentos de tarifas do gás, dos transportes e das tarifas dos correios.