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Aviação/França/Dassault

"A venda de um avião de combate é um ato político", diz presidente da Dassault

Na apresentação dos resultados da empresa em 2009, Charles Edelstenne, presidente do grupo francês de aviação, não quis comentar a concorrência com Estados Unidos e Suécia para a venda de caças à Força Aérea Brasileira. 

Reuters
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Na quarta-feira, em Paris, o grupo francês Dassault Aviation, fabricante dos caças Rafale e um dos líderes mundiais da indústria aeronáutica, reuniu a imprensa para divulgar os resultados do seu exercício de 2009.

Durante a entrevista coletiva, o presidente do grupo, Charles Edelstenne, se recusou a fazer qualquer comentário sobre a licitação para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira, na qual o seu modelo Rafale concorre com o Gripen, da sueca Saab, e o F-18 do construtor norte-americano Boeing.

Ao ser interrogado sobre a eficiência da equipe criada pelo governo francês para exportar sua indústria da defesa, em comparaçao à equipe similar existente na Casa Branca, Edelstenne disse que desde 2007 suas perspectivas de vendas aumentaram graças ao bom trabalho realizado pelo governo. "A venda de um avião de combate é um ato político. Tudo o que podemos fazer é tentar criar os melhores aviões a um preço não tão alto mas, depois, a venda é um ato politico", declarou o empresário.

Charles Edelstenne, presidente da Dassault: "Nosso mercado são os países que não querem comprar dos americanos".
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Dassault

Quanto à comparação entre as táticas de venda do Palácio do Eliseu e da Casa Branca, Charles Edelstenne respondeu que, em geral, a França não tem os mesmos argumentos que os Estados Unidos. "Lembro a vocês que o nosso mercado, inicialmente, são os países que não querem ou não podem comprar dos americanos, ou que querem ter mais de uma fonte", observou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já exprimiu publicamente sua preferência pelo caça francês, mais caro, porém, com maior transferência de tecnologia. A opinião do presidente diverge do ponto de vista da própria FAB, cuja primeira avaliação técnica aponta o sueco Gripen como a melhor opção, seguida pelo avião da Boeing. Um novo relatório, posterior, coloca o Boeing e o Rafale à frente do Gripen.

Segundo o comunicado distribuído pela Dassault Aviation, o lucro líquido do grupo em 2009 foi de 257 milhões de euros, ou seja, uma queda de 31 % em relação a 2008.

Em 2009, a Dassault vendeu 14 caças Rafale e o número recorde de 77 Falcon, seu avião de negócios. Foi um ano marcado por muitas encomendas anuladas devido à crise financeira mundial e, em dezembro, o saldo das encomendas estava com um déficit de 1,32 bilhão de euros.

Dassault espera entregar neste ano 11 caças Rafale e cerca de 80 modelos Falcon. Mas o presidente do grupo relembra que a retomada do setor ainda deve demorar algum tempo.

 

 

 

 

 

 

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