Oposição vence 1° turno das eleições regionais
Como previsto por institutos de pesquisas e analistas, o partido conservador UMP, do presidente Nicolas Sarkozy, foi o grande derrotado nas urnas. A taxa de abstenção para as eleições dos conselheiros regionais foi um recorde: mais da metade dos eleitores não sairam de casa para votar.
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O Partido Socialista voltou a ser a primeira força política na França desbancando o UMP, de direita, do presidente Nicolas Sarkozy. Os resultados parciais do primeiro turno das eleições regionais do domingo revelam que o maior partido de oposição do país somou 29,5% dos votos e o partido governista chegou em segundo com 26%.
Desde 2004, os socialistas não conseguiam um percentual tão elevado. Outros partidos de esquerda, como o Europa-Ecologia, e a Frente de Esquerda, juntas com 18%, contribuíram para a derrota da direita.
O bloco de esquerda está com 53% dos votos e o de direita com 39%. A primeira secretária-geral do Partido Socialista, Martine Aubry, comemorou o resultado dizendo que os franceses enviaram uma mensagem clara e forte.
« A França acaba de mostrar que não quer um país dividido, temeroso e fraco », disse ela após a divulgação dos resultados.
Outro partido que volta ao jogo político francês, com uma votação superior a 11%, é a Frente Nacional, de extrema-direita e política anti-islâmica, de Jean-Marie Le Pen.
O melhor resultado do partido foi na região onde está a Côte-d’azur onde a Frente Nacional superou os 20% dos votos atrás apenas do PS e UMP.
Na região Ile-de-France, onde está a capital, Paris, o UMP conquistou 28,05% dos votos e chegou à frente dos socialistas que fizeram 25,28% dos votos. O partido Europa Ecologia, que confirma sua condição de terceira força política na França, registrou 16,87% de votos.
Abstenção recorde
Luiz Felipe de Alencastro, cientista político
Mais de 44 milhões de franceses estavam habilitados a votar para eleger 1.880 deputados provinciais das 26 regiões da França com a esquerda devendo conquistar 22 regiões. O índice de abstenção, porém, foi de 53,65%, considerado um recorde para eleições regionais.
O desinteresse pela maioria do eleitorado pela votação fez a liderança dos partidos adotar um tom moderado na análise dos resultados. Para muitos analistas políticos na França, o eleitorado de direita foi o que mais evitou as urnas. O voto no país não é obrigatório.
Somente as listas de candidatos que obtiveram índice de votação acima de 10% se mantém para a disputa do segundo turno, marcada para o próximo domingo, 21 de março. Na manhã de segunda-feira já começaram as negociações entre os partidos que continuam na disputa para a formação de alianças e conquista de apoio.
O pleito é considerado o último grande teste político do presidente Sarkozy antes de tentar concorrer à reeleição, em 2012.
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