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Policiais são gravemente feridos em delegacia de Paris após detido roubar arma de um dos agentes

Dois policiais foram gravemente feridos a tiros na noite de quinta-feira (9) em uma delegacia de Paris por um homem que tomou a arma de um dos agentes, após ser preso por atacar com um estilete uma mulher. Três investigações foram abertas pela polícia e o Ministério Público. 

Captura de tela tirada de um vídeo da AFPTV em 10 de maio de 2024 mostra uma área isolada fora da delegacia de polícia no 13º distrito de Paris onde um homem atirou e feriu gravemente dois policiais.
Captura de tela tirada de um vídeo da AFPTV em 10 de maio de 2024 mostra uma área isolada fora da delegacia de polícia no 13º distrito de Paris onde um homem atirou e feriu gravemente dois policiais. AFP - FABIEN DALLOT
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Por volta das 22h, policiais intervieram em um prédio no 13º distrito, no sudeste da capital, onde um homem “atacou violentamente uma mulher” com um estilete, relatou o secretário de Segurança Pública de Paris, Laurent Nuñez, na noite de quinta-feira, durante uma coletiva de imprensa. A vítima, de 73 anos, teve ferimentos leves.

Em declarações à emissora Franceinfo na sexta-feira (10), Nuñez esclareceu que a mulher foi atacada em casa. Segundo fonte próxima do caso, o suspeito bateu em várias portas do edifício. Quando a vítima abriu, ele invadiu seu apartamento. Não foi esclarecido se os dois se conheciam.

A polícia “foi obrigada a arrombar a porta” do apartamento para intervir e usou “várias vezes o taser” para controlar o homem, que estava “muito nervoso”.

O suspeito foi levado para a delegacia e, “quando soprava no bafômetro” para fazer um teste de embriaguez, conseguiu roubar a arma de um dos agentes, explicou Laurent Nuñez. O homem atirou em dois policiais, ferindo-os gravemente, antes de ser atingido por um tiro e ferido no peito.

Os policiais feridos, um na coxa e outro no abdômen, foram levados para hospitais parisienses. Um dos agentes ainda corre risco de morte, de acordo com o secretário.

O homem que atacou os agentes, “neutralizado”, ficou gravemente ferido, foi hospitalizado, mas não está em perigo de morte.

Nenhum dos dois policiais “pode ser ouvido”, disse a promotoria de Paris à Franceinfo e à France Inter na sexta-feira.

O homem detido não tem antecedentes criminais, afirmou a procuradoria de Paris.

A cena foi filmada e a Inspeção-Geral da Polícia Nacional (IGPN) vai utilizar as imagens na apuração.

O Ministério Público informou que três investigações foram abertas, duas foram confiadas à Polícia Judiciária, uma por “tentativa de homicídio de mulher”, outra por “tentativa de homicídio de detentores de autoridade pública”.

A terceira investigação foi confiada à IGPN (a “polícia da polícia”) por “violência intencional com arma por detentor de autoridade pública”, como sempre acontece quando um agente da polícia usa sua arma. As investigações devem especificar as circunstâncias dos fatos, a identidade do suspeito e suas possíveis ligações com a primeira vítima do ataque com o estilete.

Questionado na Franceinfo sobre a possibilidade de motivação terrorista, o chefe da polícia declarou que era “muito cedo” para saber.

Delegacia em choque 

Um tiroteio nas dependências de uma delegacia é extremamente raro na França.

“Estamos muito preocupados com o estado de saúde (dos dois polícias)”, sublinhou Nuñez, prestando seu “apoio ao pessoal da 13.ª delegacia”, e “elogiando sua coragem e sua capacidade de resposta”.

Os funcionários da delegacia estão “muito afetados”, declarou Laurent Nuñez, mencionando “muita emoção” depois “destes fatos gravíssimos”.

Questionado em entrevista à Franceinfo nesta sexta-feira, se houve uma falha na arma do policial, Yann Bastière, delegado nacional do sindicato de polícia, afirmou que normalmente, “o coldre é protegido por um clip que impede que outras pessoas agarrem a arma ou que ela caia.”

“Antes desta tragédia, houve uma intervenção de grande intensidade com meus colegas do grupo de apoio do bairro, que intervieram por uma pessoa potencialmente em perigo de morte”, continua Yann Bastière. “A arma poderia ter sido desbloqueada naquele momento”, analisa.

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