Deputados franceses testam simulador de cólicas menstruais em campanha para aprovação de licença para mulheres
Às vésperas de um debate na Assembleia Nacional francesa sobre um projeto de lei que estabelece uma "licença menstrual", vários deputados aceitaram participar de uma campanha de sensibilização que usa um simulador de cólicas. Vídeos com as reações surpreendentes dos políticos viralizaram nas redes sociais.
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O deputado Maxime Minot (Os Republicanos), representante da direita francesa, disse que votará a favor da lei após testar um simulador de menstruação dolorosa.
Ele afirmou à imprensa francesa que teve a impressão de receber "pequenas facadas". "Foi uma experiência surpreendente", diz Minot, que espera que "a experiência mude as atitudes" dos parlamentares.
"Isso me fez pensar e também me conscientizou das dificuldades enfrentadas pelas mulheres" que sofrem com essas "dificuldades todos os meses", disse Minot, depois do teste, realizado também por vários outros deputados de diferentes correntes políticas.
"Não achei que fosse tão ruim assim", reagiu Louis Boyard, deputado do partido LFI (A França Insubmissa), da esquerda radical.
O experimento foi uma criação de dois deputados ecologistas, Sébastien Peytavie e Marie-Charlotte Garin, que apresentaram o projeto de lei para introduzir a licença menstrual em caso de "menstruação incapacitante".
O projeto de lei será debatido numa comissão a partir desta quarta-feira (27) e em sessão plenária pela Assembleia Nacional em 4 de abril.
Assista o vídeo onde deputados testam o simulador:
On a fait tester un simulateur de règles douloureuses à des députés.
— Sébastien Peytavie (@speytavie) March 22, 2024
Leur constat est unanime. ↓ pic.twitter.com/QB8DLLVHd8
"Pelo menos isso nos faz pensar, porque, enquanto não soubermos e não tivermos testado, não teremos necessariamente a mesma opinião", admite o deputado.
Em um vídeo, publicado nas redes sociais, os participantes se contorcem de dor ao receberem choques elétricos. "Foi bastante surpreendente", admite o deputado. "É também por meio de simuladores que podemos, às vezes, mudar mentalidades", afirmou.
Licença de 13 dias
O texto propõe uma licença de 13 dias por ano em caso de "menstruação incapacitante", sem período de espera, paga integralmente pelo sistema de seguridade social da França, e sujeita a um atestado médico válido por um ano.
De acordo com o deputado Minot, em "países europeus vizinhos, alguns já adotaram essa medida e ela não está criando uma onda entre as mulheres, nem todas as mulheres vão usar essa licença", ele ressalta. Um esquema semelhante foi adotado na Espanha em fevereiro de 2023.
(Com agências e imprensa francesa)
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