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A França "nos trilhos" rumo à transformação energética ou queda nas emissões de CO2 é conjuntural?

A França está no caminho para atingir as suas metas de emissão de CO2, destacam os jornais franceses desta sexta-feira (22). Em 2023, o país registrou uma redução de 4,8% das emissões de gases de efeito estufa em relação a 2022, segundo dados ainda provisórios. 

Turbinas eólicas em Volvic, França (imagem ilustrativa)
Turbinas eólicas em Volvic, França (imagem ilustrativa) © Getty Images - Patrick Busson / EyeEm
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O Le Figaro pergunta, no entanto, se esse desempenho é um efeito direto da "ecologia à francesa" ou consequência de "um clima mais ameno e de uma energia mais cara"?

É o que sugere a Rede de Ação Climática, que reúne 26 associações nacionais de proteção ambiental, para quem os resultados são "majoritariamente ligados a efeitos conjunturais que, infelizmente, afetaram os franceses". Segundo a organização, trata-se de "uma sobriedade energética não escolhida, mas imposta pelas circunstâncias". 

Já o ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu, celebra o feito "inédito" e que "deveria encorajar" ainda mais esforços. Para o governo, os dados são "a prova de que a planificação ecológica começa a surtir efeito". 

Colas Robert, do Citepa - uma associação independente e sem fins lucrativos que reúne especialistas imparciais envolvidos na proteção ambiental - após anos de crise por causa da Covid e da inflação, "começam a aparecer os efeitos cumulativos de esforços estruturais, com uma tendência linear de baixa" das emissões. Pela primeira vez, destaca a entidade, a redução de emissões foi registrada em todos os principais setores da economia (transporte, indústria, construção e energia). 

O jornal Le Monde também destaca a diminuição multissetorial das emissões, sendo que a queda mais expressiva está no setor da energia. Segundo o diário, "fruto da produção nuclear da França", mas também da "multiplicação de projetos de energia solar e hidráulica". 

Outro ponto marcante é a redução de 3% das emissões no setor de transportes, um dos mais poluentes e que só aumentava a sua participação no problema, há décadas. O único ponto negativo, diz a reportagem, são as emissões do setor aéreo (+ 21% para voos domésticos e + 27% para os internacionais).  

Globalmente, as emissões de gases de efeito estufa diminuíram 29% na França no período entre 1990 e 2023, sendo que a redução desejada é de - 55% até 2030. 

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