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Nova medição indica que Mont Blanc, nos Alpes, voltou a diminuir

A maior montanha da França, o Mont Blanc, perdeu pouco mais de dois metros nos últimos dois anos, informaram especialistas nesta quinta-feira (5). O pico rochoso da montanha mede 4.792 metros acima do nível do mar, mas a sua espessa camada de gelo e neve varia em altura de ano para ano, dependendo do vento e do clima.

Variações de altura do Mont Blanc são normais, alertam cientistas. (foto de 16/07/2010)
Variações de altura do Mont Blanc são normais, alertam cientistas. (foto de 16/07/2010) © AFP/Philippe Desmazes
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O pico alpino, na fronteira entre a França e a Itália, media 4.805,59 metros em setembro de 2023, ou seja, 2,22 metros a menos que em 2021.

A redução pode ser atribuída à diminuição das chuvas no verão, de acordo com Jean des Garets, presidente da Câmara Departamental de Geômetros de Haut Savoie, no sudeste da França. Ele afirmou que uma variação tão forte já foi verificada no passado. "O Mont Blanc pode muito bem estar maior em dois anos", acrescentou.

Os pesquisadores realizam medições a cada dois anos desde 2001, na esperança de recolher informações sobre o impacto da mudança climática nos Alpes. Garets destacou que os dados são recolhidos "para as gerações futuras”.

"Não estamos aqui para interpretá-los. Agora cabe aos climatologistas, glaciólogos  e outros cientistas explorarem todos os dados e adiantarem todas as hipóteses para explicar esse fenômeno", disse, insistindo que a medição de altura não deve ser utilizada "para dizer qualquer coisa".

Cerca de 20 pessoas escalaram a montanha em meados de setembro para fazer medições durante vários dias, divididas em oito grupos equipados com ferramentas de alta tecnologia e, pela primeira vez, um drone. "Aprendemos muito com essas campanhas de medição: sabemos que o cume muda constantemente de altitude e posição, com mudanças de até cinco metros", disse Garets.

Impacto do aquecimento global é avaliado

Maior pico da Europa ocidental, o Mont Blanc tem registrado diminuições a cada medição bianual desde pelo menos 2017. O resultado mais elevado nestes 22 anos ocorreu em 2007, quando chegou a 4.810,90 m. Segundo especialistas, as variações são normais.

Enquanto o derretimento das geleiras se acelera sob o efeito do aquecimento global, que afeta o arco alpino, um dos membros da equipe que acompanha as pesquisas, Denis Borel, pediu para "não se tirar conclusões precipitadas sobre medições que foram feitas apenas desde 2001" com a precisão atual.

As geleiras europeias, particularmente vulneráveis ​​ao aumento das temperaturas devido à altitude relativamente baixa, perderam cerca de um terço do seu volume entre 2000 e 2020, segundo dados compilados por cientistas.

O derretimento sofrido pelas geleiras dos Alpes franceses durante o verão de 2022 foi descrito como excepcional, representando cerca de 5 a 7% da massa glacial remanescente, segundo os glaciologistas.

Com informações da AFP

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