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ONU pede à França que resolva problemas de "discriminação racial" dentro da polícia

Três dias após a morte do adolescente Nahel, 17 anos, que levou um tiro à queima-roupa de um policial em uma blitz perto de Paris, a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, disse que "é hora do país se debruçar seriamente sobre os problemas profundos de racismo e discriminação racial na polícia."

A ONU pediu à França que analise seriamente os problemas de racismo e discriminação racial dentro da polícia, três dias após a morte de um adolescente assassinado por um policial.
A ONU pediu à França que analise seriamente os problemas de racismo e discriminação racial dentro da polícia, três dias após a morte de um adolescente assassinado por um policial. AP - Lewis Joly
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Em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (30), a representante da ONU pediu às autoridades francesas garantias de que o uso da força pela polícia nas manifestações, para controlar "participantes violentos", respeite "os princípios de legalidade, necessidade, proporcionalidade, não-discriminação, precaução e responsabilidade".

A porta-voz da ONU declarou sua "preocupação" com o tumulto que tomou conta da França após a morte do adolescente. Ela chamou a atenção para o fato de que muitos policiais também ficaram feridos nos protestos, "usados por algumas pessoas como pretexto para saques e violência", declarou.

Mas ela também frisou que esta não é a primeira vez que as polícias militar e civil francesas recebem críticas por visar, de maneira "desproporcional", algumas minorias. Quase 900 pessoas foram presas nos protestos na noite de quinta-feira (29) para sexta-feira (30). Segundo dados oficiais, 249 policiais ficaram feridos.

Bombeiros apagam fogo em Roubaix, nos arredores de Paris, após mais uma noite de tumultos
Bombeiros apagam fogo em Roubaix, nos arredores de Paris, após mais uma noite de tumultos AFP - KENZO TRIBOUILLARD

Comitê da ONU ressalta abusos

Em dezembro de 2022, o Comitê das Nações Unidas para a eliminação da discriminação racial também demonstrou preocupação com o abuso de multas, controles de identidade e detenções "discriminatórias." Segundo o Comitê, essas medidas atingem principalmente os descendentes de africanos ou árabes, os ciganos e os imigrantes clandestinos.

Em maio, os Estados Membros do Conselho de Direitos Humanos também demonstraram preocupação com a violência policial e a discriminação racial na França. O Brasil e o Japão também criticaram o caráter racista da ação da polícia francesa.

A Suécia, a Noruega e a Dinamarca e o Luxemburgo também pediram à França que reconsidere sua política de "manutenção da ordem."

O governo francês anunciou, nesta sexta-feira (30), que analisa "todas as opções", entre elas decretar estado de exceção com a terceira noite de tumultos após a morte de Nahel.

(Com informações da AFP)

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