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França aposta na construção de baterias para reindustrializar o país

O assunto ilustra os jornais imprensa francesa desta sexta-feira (12), que  destaca a visita do Emmanuel Macron a Dunquerque, no norte do país, onde deverá ser anunciada a instalação do grupo taiwanês ProLogium Technology. A empresa Verkor, outra gigante do setor, já está implantada na região.

 Grupo de Taiwan pretende investir € 5,2 bilhões em fábrica de baterias em Dunquerque, norte da França, criando 3.000 empregos até 2030. De lá, deverão sair baterias para equipar entre 500.000 e 700.000 veículos elétricos por ano.
Grupo de Taiwan pretende investir € 5,2 bilhões em fábrica de baterias em Dunquerque, norte da França, criando 3.000 empregos até 2030. De lá, deverão sair baterias para equipar entre 500.000 e 700.000 veículos elétricos por ano. © Archives Samir Tounsi/AFP
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O jornal Le Monde analisa a estratégia do governo francês, que busca atrair empresas construtoras de baterias para enfrentar o desafio climático do futuro e ampliar a oferta de veículos elétricos no país. O objetivo é depender menos das baterias feitas na China. 

Só o grupo de Taiwan pretende investir € 5,2 bilhões e criar 3.000 empregos na França até 2030. A fábrica deverá ser construída ao lado do porto de Dunquerque. De lá, deverão sair baterias para equipar entre 500.000 e 700.000 veículos elétricos por ano, mas cidades da Polônia, Holanda e Alemanha estvam na disputa.  

O jornal Libération alerta que o plano do governo de instaurar uma "indústria verde" é potencialmente protecionista, o que Emmanuel Macron nega. "Não vamos fechar o mercado, mas não vamos usar o dinheiro do contribuinte para acelerar uma industrialização não europeia", afirma o presidente, citado pelo Libé. 

O diário critica, no entanto, que até agora o bônus dado pelo governo francês para a compra de veículos elétricos favoreceu a venda de modelos fabricados na Ásia.      

De acordo com a reportagem do Libération, metade dos carros vendidos na França no mês de abril foram montados fora da União Europeia. E o grande desafio será tornar os modelos franceses atrativos em termos de preço, já que custam bem mais caro do que os veículos chineses.

Outro problema apontado pelo jornal é que, só em 2021, houve uma perda de 275.000 postos de trabalho em fundições e usinas de componentes para veículos a combustão térmica, especialmente no centro do país, nos departamentos de Indre e Jura. O quebra-cabeça para o governo, portanto, será equilibrar a oferta de empregos entre diferentes regiões do país.  

Manifestações

Algumas dezenas de manifestantes se reuniram em Dunquerque, debaixo de chuva e  cercado de  policiais, respondendo aos apelos dos sindicatos para se manifestarem contra a visita do presidente francês, Emmanuel Macron.

Alguns "coletes amarelos", além de sindicalistas da CGT e CFDT, batucavam em panelas e buzinavam, à espera do presidente. "Emmanuel Macron anuncia hoje empregos, mas também dinheiro público para empresas privadas no âmbito da descarbonização. Além disso, nosso serviço público está morrendo", disse o secretário-geral da CGT do Hospital Marítimo de Zuydcoot, Richard Lorang.

Centenas de policiais estão mobilizados para garantir a visita do Chefe de Estado, que estará acompanhado de vários ministros. 

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