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Mulher suspeita pela morte de menina encontrada em caixa de plástico em Paris é indiciada

A principal suspeita pela morte de Lola, uma menina de 12 anos cujo corpo foi encontrado dentro de uma caixa de plástico em um bairro no noroeste da capital francesa neste fim de semana, foi indiciada nesta segunda-feira (17). Ao ser detida no sábado, a mulher de 24 anos, vista com a adolescente pouco antes de seu desaparecimento, chegou a confessar o crime, antes de mudar sua versão dos fatos. Ela é acusada de “assassinato cometido com atos de tortura”.

Parisienses deixam flores e velas diante da residência de Lola, uma menina de 12 anos encontrada morta dentro de uma caixa de plástico no bairro onde morava.
Parisienses deixam flores e velas diante da residência de Lola, uma menina de 12 anos encontrada morta dentro de uma caixa de plástico no bairro onde morava. AFP - JULIEN DE ROSA
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Lola desapareceu quando voltava da escola na tarde de sexta-feira (14). Seu pai, que é zelador do prédio onde mora a família, viu pelas câmeras de segurança o momento em que a filha chegou no imóvel e identificou uma mulher desconhecida entrando do local ao mesmo tempo. A menina nunca chegou até seu apartamento.

Às 23h local (18h pelo horário de Brasília), um morador de rua chamou a polícia após ter descoberto o corpo da menina em uma caixa de plástico opaca no pátio interno de um prédio no mesmo bairro. O cadáver estava envolvido por tecidos, com números desenhados em corpo. Segundo a polícia, a autopsia realizada no sábado indicou que ela teria morrido asfixiada e há indícios de tortura.

Além das imagens das câmeras de segurança, várias testemunhas afirmaram ter visto a mesma mulher nas ruas do bairro pedindo ajuda aos passantes para carregar uma grande caixa de plástico. Em seguida, ela entrou em um carro de aplicativo, o que ajudou a polícia a localizá-la.  

A suspeita foi detida em um apartamento na cidade de Bois-Colombes, na periferia de Paris, junto com dois homens que viviam no local. Sua irmã, que morava no mesmo prédio que a vítima, também foi presa. Dois outros homens, entre eles o morador de rua que encontrou o corpo de Lola, chegaram a ser presos para averiguação, mas foram soltos rapidamente.

As autoridades indicaram que, durante o depoimento, a mulher deu sinais de transtornos psicológicos. Ela confessou rapidamente o crime, dando uma série de detalhes precisos à polícia, antes de mudar seu testemunho e se dizer inocente. O Ministério Público pediu sua detenção provisória.

Comentários de cunho racista nas redes sociais 

A principal suspeita é argelina e, segundo as primeiras informações da imprensa local, estaria vivendo na França ilegalmente. A notícia da morte da menina e a informação da nacionalidade da suposta autora do assassinato suscitaram comentários e postagens de cunho racista nas redes sociais.  

No domingo, o partido Reconquista, legenda criada pelo ex-candidato de extrema direita à presidência francesa Eric Zemmour, postou em sua conta no Twitter a foto de uma menina loira, acompanhada de uma mensagem frisando que “as quatro pessoas detidas suspeitas do assassinato da pequena Lola, 12 anos, encontrada com a garganta cortada e presa em um baú de plástico no 19° distrito de Paris, são todos de nacionalidade argelina”.

Jordan Bardella, presidente da Reunião Nacional, partido de Marine Le Pen, também se exprimiu sobre o caso denunciando que "o ato bárbaro cometido contra Lola foi perpetrado por uma mulher argelina em situação ilegal", antes de dizer que o Estado e o governo devem assumir suas responsabilidades. 

A morte da adolescente provocou uma forte comoção, sendo destaque em toda a imprensa francesa. Durante todo o fim de semana, moradores deixaram flores diante do prédio onde a vítima morava e vários políticos, entre eles a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e o ministro da Educação, Pap Ndiaye, visitaram o bairro e a escola da garota.

(Com informações da AFP)

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