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França vai anunciar medidas para diminuir 10% do consumo de energia no inverno

O governo francês revelará nesta quinta-feira (6) em seu plano de "sobriedade energética" cerca de "dezenas de medidas de economia", incluindo um incentivo ao teletrabalho, uma ajuda financeira para o sistema de caronas para se deslocar ("covoiturage") ou mesmo cortes no fornecimento de água quente em algumas administrações públicas, de acordo com informações do jornal Le Parisien confirmadas pelo Ministério de Transição Energética.

A crise energética deve afetar a Europa neste inverno, e governos tentam antecipar medidas.
A crise energética deve afetar a Europa neste inverno, e governos tentam antecipar medidas. © AP - Rebecca Blackwell
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Durante três horas, o governo francês apresentará seu plano de batalha pela sobriedade energética no Centro de Exposições de Paris nesta quinta-feira, fruto de muitos meses de trabalho envolvendo todos os setores econômicos do país.

O objetivo é reduzir o consumo em 10%, a partir de agora, para conseguir passar o inverno em meio à crise energética, evitando, se possível, cortes de energia, especialmente de eletricidade. Para o governo, este é o primeiro passo no caminho para reduzir o consumo de energia em 40% até 2050, a fim de alcançar a neutralidade de carbono.

Dezenas de medidas para indivíduos, empresas e administrações serão apresentadas, de acordo com informações do jornal Le Parisien confirmadas pelo ministério.

Cortes de água quente

Em primeiro lugar, a administração quer ser "exemplar", o que envolverá, por exemplo, o corte da água quente nas instalações sanitárias dos edifícios da administração francesa, com exceção dos chuveiros.

O governo também quer incentivar o teletrabalho para limitar os deslocamentos e reduzir o aquecimento nos edifícios, por exemplo - uma medida que só faz sentido se houver diversos dias de fechamento.

O Ministério da Função Pública também anunciará um aumento de 15% na remuneração de teletrabalho para os funcionários, de € 2,50 para € 2,88 por dia. O governo quer que as empresas façam o mesmo.

Baixar a temperatura das piscinas

Embora a temperatura de aquecimento recomendada tanto no setor privado quanto no público seja de 19 graus, esta poderia ser reduzida em mais um grau no caso de uma emergência em edifícios administrativos.

No mundo do esporte, um grau a menos em piscinas será solicitado e o aquecimento será reduzido nas instalações, de acordo com uma fonte próxima ao dossiê.

No lado do setor privado, o governo quer incentivar o sistema de caronas mesmo entre desconhecidos (conhecido na França como "covoiturage") com a distribuição de um bônus de € 100  oferecido a cada novo usuário da plataforma de caronas.

O Ministério dos Transportes informou à agência AFP que estava trabalhando em "um plano abrangente de compartilhamento de carros que será apresentado nas próximas semanas e motivará este meio de transporte ecológico e econômico para as viagens diárias" com "incentivos financeiros".

Sobre a questão da iluminação, um dos eixos do plano de sobriedade nas empresas, um decreto deve ser publicado na quinta-feira para generalizar a extinção das luzes das lojas entre 1h e 6h da manhã em todo o país, uma proibição que até agora estava sujeita a isenções dependendo do tamanho das cidades.

Outros países europeus 

Diante do aumento dos preços da energia, existe uma única palavra de ordem em toda a Europa: economia. 

Os alemães decidiram reduzir seu consumo de gás em 2% a 2,5%. O que pode representar uma economia de € 11 bilhões ao longo de dois anos. Desde 1º de setembro, a temperatura em edifícios públicos não ultrapassa 19 graus, com exceção dos hospitais. E o famoso Portão de Brandenburgo, em Berlim, não é mais iluminado à noite.  

Luzes apagadas à noite também nas cidades austríacas. O famoso mercado de Natal em Viena deve abrir uma semana depois do usual. 

Aquecimento, ar condicionado, lavagem das mãos com água fria... Tudo é feito para economizar energia na Espanha, Itália e Grécia. A Grécia já reduziu seu consumo de gás em 40% em setembro.  

O governo da Lituânia espera reduzir seu consumo de energia em até 20%. Toda a população permanece mobilizada. O país estima € 800 milhões em economia de energia ao longo de dois anos. 

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