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França entra na 8ª onda da pandemia de Covid-19; OMS diz que essa pode ser a última

O número de contaminações pela Covid-19 voltou a crescer na França e as autoridades já interpretam essa dinâmica como uma 8ª onda da pandemia que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser a última. A retomada dos casos coincide com o final do verão no hemisfério norte e a volta às aulas no país. A nova campanha de vacinação começa em breve, já levando em conta os fármacos mais eficazes contra as novas subvariantes do vírus.

O número de contaminações pela Covid-19 voltou a crescer na França
O número de contaminações pela Covid-19 voltou a crescer na França REUTERS - STEPHANE MAHE
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Após várias semanas em queda, a circulação do coronavírus SARS-CoV-2 voltou a crescer na França, segundo informou nesta sexta-feira (16) Santé Publique France (SPF), o órgão responsável pela saúde pública na França. Na noite de quinta-feira (15), 33.263 novos casos haviam sido contabilizados, contra 19.866 na semana anterior, uma alta de mais de 67%.

Na semana de 5 a 11 de setembro, a taxa de incidência aumentou 12%, alcançando 186 novas infecções para cada 100 mil habitantes, algo inédito após oito semanas em queda na maior parta das regiões da França Metropolitana. O número representa 18 mil novas contaminações por dia, detalhou a SPF, lembrando que praticamente todos os casos eram da subvariante BA.5, derivada da variante ômicron.

As autoridades afirmam que essa retomada pode estar ligada a uma queda de imunidade da população, que foi contaminada ou recebeu a última dose da vacina há vários meses e que agora já estariam sofrendo da baixa de anticorpos.

Por essa razão, os especialistas insistem em acelerar a vacinação com as doses de reforço. Atualmente, apenas cerca de 30% da população de mais de 60 anos recebeu a segunda dose de reforço.

Em algumas semanas as novas vacinas “bivalentes”, eficazes contra a cela original e a variante ômicron, serão disponibilizadas na França. A estratégia dessa nova fase de vacinação será divulgada na próxima semana. Mas as autoridades incitam as pessoas mais frágeis a não esperarem esse novo fármaco para tomar a quarta dose.

Jovens e crianças contaminados

Além da queda da imunidade, a retomada das atividades escolares e profissionais após as férias de verão no hemisfério norte podem ter contribuído para essa possível 8ª onda na França. Um dos aspectos que leva os especialistas à essa conclusão é que a alta das contaminações se concentra principalmente entre os mais jovens, inclusive entre crianças de 0 a 9 anos.

Para Isabelle Parent, da SPF, a volta às aulas, com crianças que nem sempre estão vacinadas, pode ter impulsionado essa retomada das infecções. Um fenômeno similar foi visto em setembro de 2021, quando a variante Delta ganhou força logo após a volta às aulas.  

Evitar medicamentos anticovid com anticorpos

Apesar desse contexto, a Organização Mundial da Saúde tem se mostrado otimista. Na quarta-feira (14), a OMS enviou uma mensagem de esperança, afirmando que o fim da pandemia é possível e que a 8ª onda poderia ser a última. “Nós nunca estivemos em uma posição tão boa para colocar um ponto final na pandemia”, declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Mas ele alerta que, como em uma maratona, “não podemos parar de correr no momento em que vemos a linha de chegada”.

A OMS também alertou para os riscos de tratamentos anticovid com anticorpos sintéticos. Após constatar sua ineficácia diante das variantes atualmente em circulação, os especialistas da organização "recomendam fortemente" que não sejam usados o Xevudy, baseado na molécula sotrovimab, e o Ronapreve, baseado na combinação casirivimab-imdevimab.

O Xevudy, desenvolvido pelos laboratórios GSK e Vir, e o Ronapreve, pela Regeneron, são dois medicamentos com anticorpos sintéticos contra a Covid-19. Até então, a OMS recomendava, com prudência, seu uso em pacientes afetados por uma forma branda da doença e no caso de risco de que ela evolua para uma forma mais grave, devido a idade, peso ou outros fatores.

Porém, a chegada da variante ômicron no final de 2021 colocou em questão a utilidade desses tratamentos. Os especialistas da OMS, com base em vários estudos in vitro, estimam agora que eles são provavelmente ineficazes frente as variantes em circulação.

(Com informações da AFP)

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