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Eleição francesa: reitoria retira estudantes que ocupavam Sorbonne contra Le Pen e Macron

O campus principal da Universidade Sorbonne em Paris, que havia sido ocupado por estudantes que queriam protestar contra o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais francesas, foi evacuado na noite de quinta-feira (14), pouco depois da meia-noite. O anúncio foi feito pela reitoria nesta sexta-feira (15).

Estudantes franceses participam de uma manifestação em protesto contra o duelo Macron-Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais francesas de 2022. Um grupo se reúne do lado de fora da Universidade Sorbonne em Paris, França, 15 de abril de 2022.
Estudantes franceses participam de uma manifestação em protesto contra o duelo Macron-Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais francesas de 2022. Um grupo se reúne do lado de fora da Universidade Sorbonne em Paris, França, 15 de abril de 2022. REUTERS - JOHANNA GERON
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Desde quarta-feira, centenas de estudantes se mobilizaram em várias cidades francesas, como Paris, Nancy ou Reims, para pedir mais atenção às questões ecológicas e sociais e criticar os candidatos que disputam o segundo turno da eleição francesa. Um grupo que haviam invadido a Sorbonne, no 5º distrito do centro da capital francesa, deixou os prédios da universidade na tarde de quinta-feira, mas outros estudantes preferiram continuar o protesto.

"Na madrugada de 14 para 15 de abril, os ocupantes da Sorbonne desde quarta-feira (13) deixaram o local", escreveu a reitoria da universidade em um comunicado. A instituição condenou "a ocupação ilegal que levou a atos violentos inaceitáveis e degradação significativa", incluindo portas e vidros quebrados, destruição de material", diz o texto. Os estragos  "exigem, por enquanto, o fechamento total do local", especifica o texto.

Na tarde de quinta-feira, cerca de 400 estudantes, segundo a Secretaria de Segurança Pública francesa, se reuniram na frente da universidade para participar de uma assembleia geral com os jovens que estavam no interior do prédio. Eles foram impedidos pelos chamados CRS(Compagnies Républicaines de Sécurité), sigla em francês que designa os policiais da tropa de choque no país. Os agentes instalaram um cordão de segurança em frente à entrada e impediram a passagem.

Os estudantes que estavam nas janelas lançaram objetos, como lixos ou móveis da universidade o que acabou gerando tumulto na praça em frente à Sorbonne. A tropa de choque lançou, então, bombas de gás lacrimogêneo, sem deixar feridos. Em entrevista à rádio francesa France Info, uma estudante explicou que os jovens franceses não se sentem representados pelos dois candidatos que disputam o segundo turno, que, segundo ela, não discutem temas como a desigualdade social, o clima, e o "futuro da juventude."

Estudantes protestam contra candidatos ao segundo turno da eleição presidencial francesa
Estudantes protestam contra candidatos ao segundo turno da eleição presidencial francesa © AFP/EMMANUEL DUNAND

Estudantes bloqueiam entrada da Sciences Po

Na Sciences Po, o célebre Instituto de Ciência Política em Paris, cerca de 150 estudantes bloquearam a entrada do centro na quinta-feira, carregando faixas com dizeres como: "Não há bairros para fascistas, não há fascistas em nossos bairros" e "Não à extrema direita". Os franceses vão às urnas em 24 de abril para eleger seu próximo presidente, cargo disputado pelo atual presidente Emmanuel Macron, de centro, e a candidata de extrema-direita,Marine Le Pen.

Os dois candidatos à eleição francesa reagiram à ocupação. "Eles perderam o bonde da democracia, eles mataram essa aula, eles estavam fazendo o quê?", disse Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional. "É contra a democracia se opor à vontade do povo francês", ironizou a candidata no canal BFMTV, nesta sexta-feira (15).

"A democracia tem regras", declarou o presidente Emmanuel Macron, que tenta a reeleição, à rádio France Info. Ele discordou "que a extrema direita é equivalente ao projeto que ele defende", respondendo às críticas feitas pelos estudantes. Os principais sindicatos estudantis devem participar das manifestações contra a extrema direita que ocorrem neste sábado (16).

(Com informações da AFP)

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