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Arcebispo de Paris nega relação amorosa com mulher após ter renúncia aceita pelo papa

O escândalo sacudiu a Igreja Católica francesa, já abalada com uma enxurrada de casos de pedofilia. Depois de ter sua renúncia aceita pelo papa Francisco, o arcebispo de Paris, Michel Aupetit, vem a público denunciar "um complô" contra ele, que foi acusado de manter relação amorosa com uma mulher.

O arcebispo de Paris, Michel Aupetit, apresentou sua renúncia ao papa Francisco após ter sido acusado de ter um caso amoroso com uma mulher.
O arcebispo de Paris, Michel Aupetit, apresentou sua renúncia ao papa Francisco após ter sido acusado de ter um caso amoroso com uma mulher. AP - Francois Mori
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O caso foi revelado no dia 25 de novembro pela revista francesa Le Point e data de 2012, quando Aupetit ainda não era arcebispo de Paris. Segundo a publicação, na época, o religioso teria uma relação amorosa consentida com uma mulher maior de idade.

O escândalo veio à tona porque a Le Point teve acesso a um e-mail enviado pelo religioso que vazou, revelando o suposto namoro. No entanto, Aupetit, de 70 anos, nega as acusações.

"Era uma pessoa que, como acontece quando somos padre ou médico, se apega porque sofre de solidão. Ela me escrevia todos os dias. Eu respondi a um e-mail dela e minha secretária pôde ler essa mensagem", se defende Aupetit, em entrevista ao jornal Le Parisien

"Não houve relação nenhuma. Uma vez ela estava com dor nas costas e eu fiz uma massagem para aliviar a dor dela. Lembro a vocês que sou médico", reitera.

Depois da revista Le Point foi a vez de outra publicação francesa, a Paris Match, fazer revelações bombásticas. No último 8 de dezembro, fotos de Aupetit na companhia da téologa belga Laetitia Calmeyn foram publicadas.

"Não tem nada a ver com uma relação amorosa ou sexual. É uma amizade. É ignóbil querer atacá-la", reclama.

Sobre a cena clicada pela reportagem da Paris Match, o religioso conta que havia almoçado com Laetitia antes de convidá-la para dar um passeio no bosque de Meudon, na periferia de Paris. 

"Se você não pode nem comer com uma amiga sem ser fotografado por um paparazzi, em que mundo vivemos?", protesta. 

Queixa por difamação

O advogado do religioso, Jean Reinhart, indicou que vai registrar uma queixa por difamação. "Não posso aceitar que meu silêncio seja interpretado como uma confissão de culpa", alega Aupetit. 

Depois de ter aceito a renúncia do religioso, o papa Francisco afirmou que ele não poderia mais exercer o cargo de arcebispo de Paris porque "sua reputação foi atingida", embora tenha classificado o episódio como "uma injustiça".

O sumo pontífice chegou a citar o sexto mandamento, "não pecar contra a castidade", que, segundo ele, não foi cometido "completamente" por Aupetit, mas houve "carinhos e massagens que ele fazia em sua secretária". As declarações do papa, que parece não ter compreendido o incidente, só pioraram a situação de Aupetit.

"Acho que ele misturou um pouco os elementos da história. A pobre da minha secretária não tem nada a ver com tudo isso. Eu conheço bem o marido dela e toda a sua família. Eu batizei os netos dela", rebate o religioso.

Para o ex-arcebispo, tudo não passa de um complô criado contra ele. "Me contaram de pessoas e grupos que queriam me atacar. Mas eu não tenho nenhuma prova. Rezei para que Deus não permita que meu coração seja invadido pela amargura e rezei por aqueles que me querem mal", conclui o religioso, em entrevista ao jornal Le Parisien

(Com informações da AFP)

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