Professora que exibiu cartaz antissemita em protesto na França pode pegar um ano de prisão
A professora Cassandre Fristot, 34 anos, fotografada carregando um cartaz com uma mensagem de cunho antissemita durante uma manifestação na França, será julgada em setembro. Ela é acusada de incitar o ódio racial, e pode ser condenada a um ano de prisão, informou a Promotoria nesta terça-feira (10).
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A professora francesa foi vista no sábado (7) na cidade de Metz erguendo um cartaz durante um protesto que contestava a implementação do passaporte sanitário na França. O dispositivo, em vigor a partir desta semana, funciona como uma prova de que seu portador foi vacinado contra a Covid-19 ou que testou negativo para o coronavírus. Ele passou a ser exigido para quem quiser entrar em cafés, restaurantes, trens, ou shopping centers, além de cinemas e teatros.
Os opositores ao sistema afirmam que o passaporte fere as liberdades individuais. Os manifestantes, entre eles Cassandre Fristot, veem no dispositivo uma forma de imposição para que todos se vacinem.
O cartaz carregado por ela no sábado continha os nomes de vários políticos, empresários e intelectuais de destaque da França, a maioria deles judeus. Ao lado da lista, era possível ler a exclamação: "traidores!".
Para as autoridades francesas, o cartaz tem "uma mensagem claramente antissemita". O incidente foi denunciado por diversas personalidades políticas, entre elas, o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin.
"Esse cartaz é vergonhoso. O antissemitismo é um delito, em nenhum caso é uma opinião. Esse ato não ficará impune", publicou o ministro nas redes sociais. A professora foi detida na segunda-feira (9) e sua casa foi revistada.
Membro da extrema direita
Fristot foi membro do partido de extrema direita francês Reunião Nacional (RN), a antiga Frente Nacional (FN) de Jean Marie e Marine Le Pen. Ela já foi eleita pela legenda a um cargo equivalente ao de vereadora e foi candidata nas eleições legislativas em 2012.
Em um comunicado, o promotor de Metz, Christian Mercuri, explicou que a professora “responderá pelo crime de incitação pública ao ódio racial por meio de cartazes”. Ele disse ainda que o julgamento acontecerá em setembro e, se for declarada culpada, Cassandre Fristot pode ser condenada a um ano de prisão e a uma multa de € 45 mil (mais de R$ 270 mil).
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