Acessar o conteúdo principal

Com o fracasso da direita, atual premiê espanhol se aproxima da reeleição

Como apontavam as previsões, o candidato Alberto Nuñez Feijóo, do Partido Popular, não conseguiu apoio suficiente no Congresso da Espanha para governar o país. Com isso, o mais provável é que o rei Felipe VI indique o atual premiê, Pedro Sánchez, para tentar formar governo. As reuniões do monarca com parlamentares para tratar o assunto devem acontecer no início da próxima semana. 

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez tem grandes chances de continuar à frente do governo.
O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez tem grandes chances de continuar à frente do governo. AP - Bernat Armangue
Publicidade

Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI em Madri

O primeiro-ministro da Espanha e representante do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, está cada vez mais perto da reeleição. Como era esperado, seu principal opositor, Alberto Nuñez Feijóo – líder do Partido Popular, tradicional sigla de direita –, mesmo tendo sido o candidato mais votado nas últimas eleições, não conseguiu se firmar no posto de premiê.

No modelo eleitoral espanhol, o primeiro-ministro só chega ao cargo se obtém, entre os deputados, apoio suficiente para governar. E, depois de ser derrotado no Congresso na quarta-feira (27), numa votação em que necessitava de maioria absoluta (metade dos deputados mais um), Feijóo voltou a perder nesta sexta-feira (29), quando necessitava alcançar uma maioria simples (mais votos a favor que votos contra).

Entre os 350 parlamentares, 177 decidiram que Feijóo não seria o próximo primeiro-ministro, enquanto 172 se aliaram a seu favor em um bloco de direita e 1 deputado teve o voto anulado depois de se equivocar em sua resposta. O resultado não trouxe grandes surpresas, confirmando o que já vinha sendo previsto e anunciado pela imprensa espanhola.

Próximos passos

Agora o protocolo roga que o rei do país volte a se reunir com líderes de siglas representadas no Congresso e, depois, decida um outro candidato ao posto de premiê da Espanha. O monarca Felipe VI, inclusive, já anunciou que os encontros com parlamentares acontecerão na segunda (2) e na terça-feira (3) da semana que vem.

Alberto Nuñez Feijóo (sentado, no canto direito) foi o candidato mais votado nas últimas eleições, não conseguiu se firmar no posto de premiê.
Alberto Nuñez Feijóo (sentado, no canto direito) foi o candidato mais votado nas últimas eleições, não conseguiu se firmar no posto de premiê. AP - Bernat Armangue

A maior probabilidade é de que o rei indique o atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, para tentar conseguir apoio da maioria no Congresso. O premiê foi o segundo candidato mais votado nas eleições gerais e, desde então, tem mantido uma atitude política conciliatória, de diálogo com diferentes frentes parlamentares, que demonstra a tentativa de formar um governo e a crença de que Feijóo não lograria tal feito.

O papel dos independentistas

Parte crucial dessa campanha que Sánchez vem fazendo na tentativa de conquistar aliados se dirige aos partidos independentistas. Desde que se configurou a formação do Congresso espanhol, em 23 de julho, é sabido que as siglas separatistas teriam um papel decisivo numa possível reeleição.

Para formar um governo de coalizão com a frente de esquerda Sumar, alcançando a maioria necessária no Congresso, o PSOE de Pedro Sánchez vai precisar também do apoio de siglas como o Partido Nacionalista Basco (PNV), o EH Bildue os catalães Junts e Esquerra Republicana de Catalunya.

Estes dois últimos têm pedido, em troca de apoio, que Sánchez aprove uma lei de anistia para condenados por atos separatistas e a celebração de um referendo de autodeterminação, para que a região da Catalunha vote para decidir se quer se emancipar do restante da Espanha. O partido do atual primeiro-ministro, no entanto, divulgou uma nota na última quinta-feira (28) afirmando que tal referendo não está na mesa de negociações.

De acordo com o protocolo de investidura, Pedro Sánchez teria o período de dois meses contados a partir da última quarta-feira para fazer funcionar um acordo que o leve à recondução como primeiro-ministro. Caso a tentativa de reeleição não funcione, o próximo passo é a dissolução do parlamento por parte do rei Felipe VI que, então, convocaria novas eleições.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.