Mudanças climáticas podem provocar prejuízos de € 900 bilhões até 2045 na Alemanha

Eventos climáticos extremos mais frequentes como resultado da mudança climática podem custar à Alemanha cerca de um trilhão de euros até 2050, de acordo com um estudo encomendado pelo governo e publicado na segunda-feira (6).

Uma pessoa sentada diante da mina de carvão de Garzweiler, em Erkelenz, Alemanha (10/01/23). AP - Michael Probst

As consequências do aumento das temperaturas globais, como fortes inundações ou calor, podem custar à maior economia da Europa até € 910 bilhões em um cenário "severo" sem nenhuma medida de adaptação, segundo o relatório, realizado pelas empresas de pesquisa econômica Prognos e GWS e o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica ecológico.

Mortes extras, queda na qualidade de vida e extinção de espécies animais e vegetais não foram incluídas "apesar de sua alta significância", disse o ministério.

Os custos totais seriam, portanto, provavelmente "significativamente mais altos" do que os dos cenários modelados.

Um resultado de "mudança climática branda" faria com que os custos chegassem a € 280 bilhões, caso não houvesse adaptação ao impacto do aumento das temperaturas.

As medidas de mitigação consideradas incluíram investimento em variedades de plantas resistentes às mudanças climáticas, melhor irrigação e financiamento público de pesquisa.

Juntas, as etapas poderiam compensar "completamente" os custos da mudança climática no cenário mais ameno, reduzindo os custos em 60% na situação mais severa.

O estudo sublinhou a necessidade de adoção políticas climáticas "ambiciosas" agora, a fim de poupar o custo às gerações futura.

Segundo o estudo, a Alemanha já havia registrado € 145 bilhões em custos relacionados ao clima entre 2000 e 2021, sendo mais da metade desde 2018.

O país foi atingido por inundações históricas em 2021, que causaram danos no valor de € 40 bilhões, segundo o relatório.

Eventos semelhantes podem "ocorrer cada vez com mais frequência", enquanto custos semelhantes podem ser registrados "todos os anos até meados do século", disse o ministério.

A população tem se mobilizado contra decisões polêmicas, como a de expandir a exploração de carbono. 

(com agências)