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Preocupação de Washington e Paris com cidadãos na Rússia e Belarus reforça temor de nova ofensiva russa na Ucrânia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e membros de seu governo vêm alertando há semanas sobre uma eminente grande ofensiva russa, para marcar a data em que a guerra completa um ano, em 24 de fevereiro. O pedido de Washington a seus cidadãos para que deixem a Rússia, e da França, para que os franceses saiam de Belarus, reforçam os temores de um novo ataque russo. O secretário-geral da Otan alertou, na quinta-feira (16), que a guerra ainda deve durar. 

Belarus lutará contra a Ucrânia apenas se for atacado, afirma presidente. Na foto, militares ucranianos estão em uma posição próxima à fronteira com Belarus, Ucrânia, quarta-feira, 1º de fevereiro de 2023.
Belarus lutará contra a Ucrânia apenas se for atacado, afirma presidente. Na foto, militares ucranianos estão em uma posição próxima à fronteira com Belarus, Ucrânia, quarta-feira, 1º de fevereiro de 2023. AP - Daniel Cole
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Após um ano de combates que fizeram milhares de vítimas nos dois lados, a Otan teme uma nova ofensiva russa. 

De acordo com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, em uma entrevista à AFP, os países-membros devem se preparar para um longo conflito com a Rússia, porque o presidente Vladimir Putin não mostra nenhuma vontade de fazer a paz, um ano depois de ter invadido a Ucrânia. 

"O presidente Putin quer uma Europa diferente, uma Europa onde ele possa controlar seus vizinhos, onde ele possa decidir o que os países podem fazer", lamentou Stoltenberg, em uma entrevista concedida uma semana antes do primeiro aniversário da invasão da Ucrânia. 

Ordem de saída

A preocupação de Paris e Washington com seus cidadãos em Belarus e na Rússia reforçam os alertas de Kiev de uma ofensiva iminente. 

O ministério de Relações Exteriores francês reforçou, no início da semana, em seu site, suas instruções para cidadãos franceses saírem de Belarus devido à ofensiva russa na Ucrânia.  

Com o espaço aéreo de Belarus fechado para os países-membros da União Europeia, a única alternativa é deixar o país por terra, via Lituânia, Letônia ou Polônia. 

O alerta da França, acontece em meio a pressões de Moscou para que Minsk se envolva mais na guerra. 

Além da França, os Estados Unidos também mostram preocupação com uma ofensiva e ordenaram, nesta segunda-feira (13), seus cidadãos a deixarem imediatamente a Rússia. Washington teme prisões arbitrárias em represália a seu apoio militar a Kiev. 

A instrução é clara e foi emitida pela embaixada dos Estados Unidos em Moscou. "Os cidadãos americanos que residem ou que estão viajando na Rússia devem partir imediatamente", diz o comunicado, precisando que existe "risco de prisões arbitrárias". 

A embaixada indica, que os cidadãos americanos já foram presos por motivos falsos pelas autoridades russas. Alguns chegaram a ser condenados sem provas, em processos secretos, sem direito a um tratamento justo, de acordo com a diplomacia americana, enquanto outras cidadãos dos Estados Unidos sofrem perseguições. 

O caso da jogadora de basquete Britnney Griner, presa na Rússia e depois liberada em troca do traficante de armas russo, Viktor Bout, condenado nos Estados Unidos, é o mais conhecido.

Dificuldades em lançar nova ofensiva

De acordo com o grupo de pesquisa e think thank americano, Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Rússia intensificou seus esforços militares no leste da Ucrânia e continua tentando recrutar mais soldados, sem anunciar oficialmente uma segunda onda de mobilizações. 

De acordo com o ISW, a campanha militar russa empobreceu de maneira significativa suas reservas de equipamento e de combatentes, o que dificultaria uma ofensiva em larga escala. Mas o instituto também alerta que Moscou continua a alavancar seu relacionamento com o Irã, para que Teerã forneça apoio militar para a guerra na Ucrânia. 

O Diretório Principal de Inteligência Militar ucraniano (GUR) interceptou um áudio, em 10 de fevereiro, supostamente de dois operadores de drones Shahed, de fabricação iraniana, coordenando alvos em um um "dialeto curdo intercalado com palavras farsi", de acordo com o ISW. 

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