Macron diz a Putin que ocupação russa gera riscos na central de Zaporíjia
O presidente francês, Emmanuel Macron, falou sobre a situação na central nuclear ucraniana durante uma conversa por telefone com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin. Ele pediu aos russos que retirassem as "armas", segundo um comunicado o palácio do Eliseu, divulgado neste domingo (11). Para Macron, a a invasão russa é a causa do risco de acidente em Zaporíjia.
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O presidente francês manterá o contato com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky e o diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi. Ele também voltará a conversar com Putin nos próximos dias. Os dois dirigentes concordaram em manter um diálogo neutro sobre a segurança na central.
Putin, por sua vez, alertou sobre as "consequências catastróficas" dos ataques à usina ucraniana de Zaporíjia, a maior da Europa e ocupada por forças russas, indicou o Kremlin.
O presidente russo chamou a atenção para "ataques ucranianos regulares às usinas de Zaporíjia, incluindo o descarte de resíduos radioativos, que podem levar a consequências catastróficas", segundo um comunicado do Kremlin.
O chefe de Estado russo também informou das "medidas tomadas por especialistas russos para garantir a segurança da usina e enfatizou a necessidade de pressionar as autoridades de Kiev para que parem imediatamente de bombardear a usina".
A usina nuclear de Zaporíjia, localizada no sul da Ucrânia, está ocupada por tropas russas desde março e, nas últimas semanas, tem sido alvo de ataques a bomba que a Rússia e a Ucrânia se culpam mutuamente pela situação.
Macron condena invasão
Durante esse telefonema, Macron também condenou as operações militares russas na Ucrânia e a necessidade de colocar um fim nos ataques "o mais rápido possível." De acordo com um comunicado do palácio do Eliseu, o chefe de Estado francês também pediu que haja uma "negociação para reestabelecer a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".
Macron também conversou com Putin sobre a segurança alimentar mundial, lembrando que as sanções não se aplicam aos produtos agrícolas e indispensáveis para a Agricultura.
Ele pediu ao presidente Vladimir Putin que respeite o acordo concluído pela Rússia com a Ucrânia e a Turquia, sob supervisão das Nações Unidas, para que os cereais exportados sejam enviados prioritariamente aos países com maior demanda.
Um acordo concluído no dia 22 de julho em Istambul permitiu o desbloqueio das exportações de trigo e de milho ucranianos, que estavam bloqueados pela ofensiva militar russa.
A Rússia afirma que suas próprias exportações de produtos alimentares e fertilizantes sofreram o impacto das sanções ocidentais. Putin disse na quarta-feira que as exportações ucranianas são direcionadas, em sua maioria, para países europeus, e não os mais pobres.
(Com informações da AFP)
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