Michel Platini é acusado de receber quadro de Picasso como presente de oligarca russo
Enquanto o ocidente aumenta as sanções contra a Rússia por causa da invasão à Ucrânia, uma notícia vinda do mundo do futebol chama a atenção. O francês Michel Platini, presidente da UEFA e próximo do ex-presidente da Fifa Josep Blatter, recebeu uma obra de Pablo Picasso de um oligarca russo. A informação, divulgada pelo site Mediapart, cita escutas telefônicas do ex-dirigente.
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As gravações datam de 2017 e fazem parte do inquérito judicial aberto pela Procuradoria Nacional de Finanças (PNF) sobre a atribuição, em 2010, dos Mundiais de futebol de 2018, à Rússia, e 2022, ao Catar. À época, Platini ocupava a presidência da UEFA.
O ex-goleador da França, de 66 anos, admitiu, em conversa com a sua esposa, ter recebido uma "pintura" de um certo "Ouchmanov". De acordo com o site, o doador poderia ser o oligarca Alicher Ousmanov, próximo de Vladimir Putin e atualmente alvo de sanções da União Europeia (UE).
Questionado pelos jornais franceses Le Monde e l'Equipe, Platini reconheceu, na segunda-feira (5), ter recebido uma "litografia" assinada por Picasso de Ousmanov, em 2016, em seu aniversário de 61 anos, e não uma pintura.
Já Alicher Ousmanov, contatado pelo Mediapart, disse que "jamais ofereceu um quadro de Picasso à Platini".
Nesta terça-feira, o ex-líder da Confederação Europeia contra-atacou, tornando pública uma denúncia feita em Paris, em novembro de 2021, contra Gianni Infantino, presidente da FIFA, por “tráfico de influência” e contra Marco Villiger, ex-diretor jurídico da entidade, por "cumplicidade em tráfico de influência".
A Procuradoria de Paris registrou esta denúncia em 16 de novembro. Mas ainda não se sabem quais foram as medidas tomadas pelos procuradores.
O ex-camisa 10 da seleção francesa de futebol enfrenta, há vários anos, nfantino e sua equipe, que ele suspeita de tê-lo afastado da disputa da presidência da Fifa, em 2015, ao alertar a promotoria suíça sobre um pagamento suspeito de 2 milhões de francos suíços (€ 1,8 milhão de euros), feito pela Fifa por ordem de seu presidente, Joseph Blatter, para o francês, em 2011.
Neste caso, Michel Platini e Joseph Blatter foram indiciados na Suíça, em novembro de 2021, por vários crimes, incluindo fraude, e aguardam julgamento. Os dois se defendem dizendo que se trata de uma sobra de salário pelo trabalho de consultor, que remonta ao período de 1999 a 2002.
Eleito em 2016 para dirigir a Fifa, Infantino é alvo de processos criminais na Suíça, desde julho de 2020, por "incitação ao abuso de autoridade", "violação de sigilo oficial" e "obstrução da 'ação penal'.
(Com informações da AFP)
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