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França pede medidas contra Rússia e EUA anunciam sanções contra regiões separatistas na Ucrânia

Após o presidente russo Vladimir Putin anunciar nesta segunda-feira (21) o reconhecimento das regiões separatistas pró-russas no leste da Ucrânia, os EUA anunciaram sanções contra as regiões de Donetsk e Lugansk, e alertaram que estão prontos para adotar outras medidas, caso seja necessário. O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que a União Europeia adote sanções contra a Rússia.

O presidente americano. Joe Biden, anunciou  sanções contra a Rússia após pronunciamento de Putin
O presidente americano. Joe Biden, anunciou sanções contra a Rússia após pronunciamento de Putin Jim WATSON AFP
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O presidente americano, Joe Biden, "proibirá novos investimentos, comércio e financiamento de pessoas dos EUA nessas regiões da Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. Ela acrescentou que medidas mais amplas estão prontas para serem aplicadas "caso a Rússia invada ainda mais a Ucrânia".  

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, conversaram agora à noite por telefone com Biden sobre a crise entre os governos russo e ucraniano. A Rússia mantém milhares de soldados nas fronteiras com o país e a invasão seria iminente, segundo a Casa Branca. Após o pronunciamento de Putin e as acusações contra a Otan e a Ucrânia, a crise dos últimos dias parece ter chegado a seu momento mais crítico nesta segunda-feira.

Em comunicado divulgado pela Presidência francesa, o presidente francês, Emmanuel Macron,condenou a decisão de Putin e pediu sanções europeias contra a Rússia . Ele também solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, denunciando uma "violação unilateral de compromissos internacionais da Rússia e o desrespeito à soberania da Ucrânia".  A União Europeia (UE) está disposta a aplicar sanções, anunciou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, antes mesmo do pronunciamento de Putin e da declaração de Macron.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou a convocação iminente do Conselho de Segurança e Defesa Nacional e disse que discutiu o assunto com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Kiev também exigiu uma reunião "imediata" do Conselho de Segurança da ONU diante da ameaça de uma invasão russa.

Secretário-geral da ONU muda agenda

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, modificou sua agenda no último minuto e voltou à sede da ONU em Nova York devido ao agravamento da situação da Ucrânia, indicou seu porta-voz nesta segunda-feira (21). Guterres "retornará a Nova York na terça-feira", disse Stephane Dujarric em um comunicado. "Diante da deterioração da situação com relação à Ucrânia, o secretário-geral cancela sua missão na República Democrática do Congo" prevista para segunda-feira, acrescentou Dujarric.

O presidente russo Vladimir Putin assina um decreto reconhecendo a independências rdas regiões separatistas no leste da Ucrânia
O presidente russo Vladimir Putin assina um decreto reconhecendo a independências rdas regiões separatistas no leste da Ucrânia © Alexei Nikolsky/AP

Reino Unido condena decisão russa

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também denunciou o reconhecimento da independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia como "uma violação flagrante da soberania" do país e do "repúdio" dos acordos de paz de Minsk. 

"É claramente contrário ao direito internacional. É uma violação flagrante da soberania e da integridade da Ucrânia, é o repúdio dos acordos de Minsk", declarou Boris Johnson durante uma coletiva de imprensa. Johnson vê "indícios de que a situação evolua em uma direção indesejável na Ucrânia" e afirmou que vai conversar à noite com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

 

Pessoas retiradas das regiões controladas pelos separatistas no leste da Ucrânia chegam a um acampamento montado pelo Ministério de Emergências russo perto do posto de controle fronteiriço de Matveyev Kurgan na região de Rostov, Rússia.
Pessoas retiradas das regiões controladas pelos separatistas no leste da Ucrânia chegam a um acampamento montado pelo Ministério de Emergências russo perto do posto de controle fronteiriço de Matveyev Kurgan na região de Rostov, Rússia. REUTERS - SERGEY PIVOVAROV

Encontro entre Lavrov e Blinken

A presidência francesa havia anunciado uma cúpula entre Putin e Biden no domingo, mas o Kremlin descreveu a ideia como "prematura". No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse que se reunirá com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, na quinta-feira. 

A Casa Branca considera que a invasão da Ucrânia é iminente. Uma operação militar russa seria "particularmente brutal" e "custaria a vida de ucranianos e russos, sejam civis ou soldados", disse o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan. Moscou nega ter planos de invadir a Ucrânia, mas exige garantias de que essa ex-república soviética jamais fará parte da Otan, demanda até agora rejeitada pelo Ocidente.

O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, também condenou o reconhecimento pelo presidente russo, Vladimir Putin, das regiões controladas pelos rebeldes no leste da Ucrânia, afirmando que a medida viola os acordos internacionais que Moscou tinha assinado. 

As principais bolsas europeias fecharam nesta segunda-feira no vermelho, devido ao aumento da tensão na Ucrânia, onde os países ocidentais temem um agravamento do conflito.A bolsa de Frankfurt caiu 2,07%, e o índice CAC 40, da Bolsa de Paris, 2,04%. O FTSE 100, de Londres, teve baixa de 0,1%.

(Com informações da AFP)

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