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Covid-19: Reino Unido dobra aposta e mantém economia aberta após novo recorde de casos

O governo britânico vai dobrar a aposta e manter a economia aberta enquanto enfrenta novos recordes diários de contaminações por Covid-19. No dia em que o Reino Unido registrou mais de 218 mil infecções em 24 horas —o maior número desde o início da pandemia— o primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou medidas para mitigar as consequências da pandemia sobre o funcionamento do país. E descartou, pelo menos por enquanto, qualquer restrição sanitária adicional.

O Reino Unido registrou mais de 218 mil infecções em 24 horas nesta terça-feira (4). Este é o maior número desde o início da pandemia. Na foto, rua de Londres com grande movimentação e muitas pessoas sem máscara.
O Reino Unido registrou mais de 218 mil infecções em 24 horas nesta terça-feira (4). Este é o maior número desde o início da pandemia. Na foto, rua de Londres com grande movimentação e muitas pessoas sem máscara. AFP - JUSTIN TALLIS
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres.

Com milhões de trabalhadores doentes ou afastados por conta do isolamento obrigatório, falta gente para atender em hospitais e transportar alimentos. Por esta razão, a ordem agora é que contingentes das forças armadas sejam deslocados para reforçar o pessoal nos serviços sanitários mais afetados. Dez grandes hospitais decretaram emergência.

Novos leitos físicos estarão disponíveis a partir dos próximos dias, assim como o que o premiê chamou de "leitos virtuais". Para evitar o desabastecimento da sociedade, que já acontece em situações pontuais, a equipe de Johnson identificou cerca de 100 mil trabalhadores considerados essenciais que receberão a partir da semana que vem diariamente kits de testagem para a Covid-19.

A ordem é conviver com a Covid

"Temos a oportunidade de enfrentar o vírus sem fechar a economia. Manter a economia e escolas abertas. Achar maneiras de conviver com o vírus. As semanas que vêm vão ser complicadas, com falta de mão de obra. Mas as perturbações podem ser menos severas do que o lockdown nacional", afirmou Johnson.

A estratégia do governo britânico parte da premissa que a variante ômicron, dominante no país, provoca sintomas menos graves nos pacientes infectados. A disparada de novos casos não tem sido acompanhada na mesma intensidade pelas hospitalizações, que, no entanto têm crescido. O número de mortes, por outro lado, segue estável. Isso significa que, até segunda ordem, o país vai conviver com o vírus.

A grande dúvida agora é se os hospitais poderão resistir às pressões das novas internações, da falta de mão de obra e de todos os casos e procedimentos de pacientes que têm sido adiados desde o início da crise sanitária. O número de pacientes internados ainda está um pouco abaixo do pico registrado em 10 de abril de 2020, segundo dados oficiais.

Johnson falou em estratégia de guerra para lidar com a situação dos hospitais e lembrou que o governo vai identificar aqueles que precisam de reforço.

A equipe de Johnson segue apostando todas as fichas na campanha de vacinação para evitar os piores cenários. De acordo com o primeiro-ministro, cerca de 90% dos casos graves nos hospitais são de pacientes que não receberam a dose de reforço. Deste total, 61% não tomaram a segunda ou sequer a primeira dose.

"Quem acha que a batalha contra a Covid-19 acabou está redondamente enganado", afirmou o premiê durante entrevista à imprensa.

Ele pediu que os britânicos se apresentem nos postos de saúde e afirmou que 34 milhões de doses de reforço já foram aplicadas pelo país, que tem 68 milhões de habitantes. Johnson ainda pediu que, quem pudesse, seguisse com trabalho remoto, e cobrou o uso de máscaras e a realização de testes.

O governo está atrás dos nove milhões de pessoas que podem tomar o reforço e ainda não o fizeram. Para tentar convencê-los, o primeiro-ministro destacou que é cada vez mais frequente a cobrança da terceira dose para quem quer viajar para fora. "Em algumas semanas, isso deve ser norma", afirmou.

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