Ômicron gera adiamentos de viagens e Lufthansa cancela 10% dos voos no inverno
Com as restrições de circulação nas fronteiras europeias, o setor aéreo do continente volta a sofrer o impacto da epidemia, que piora com a explosão de casos provocados pela variante ômicron.
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De acordo com o CEO da companhia aérea alemã Lufthansa, Carsten Spohr, a empresa cancelará o equivalente a 33 mil voos durante o inverno. "Observamos uma queda nas reservas entre janeiro e fevereiro", declarou, em entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung. A propagação da variante ômicron é apontada como a principal razão dos cancelamentos.
De acordo com o executivo, as regras estabelecidas pela União Europeia para as decolagens e aterrissagens, que incluem o pagamento de taxas em horários específicos, não estão adaptadas ao período pandêmico.
Segundo ele, a queda da demanda em janeiro levaria a companhia a cancelar mais voos, mas a Lufthansa deverá efetuar "18 mil trajetos inúteis neste inverno" para garantir o espaço nos aeroportos no horários normalmente utilizados pelas suas aeronaves. Ele criticou a política europeia, que, segundo ele, também prejudica o meio ambiente por obrigar as companhias a voar com aviões vazios.
Um porta-voz da empresa também informou nesta quinta-feira que várias viagens intercontinentais foram canceladas por falta de pilotos. Muitos deles adoeceram - apesar do vínculo com a Covid-19 ainda não ter sido oficialmente estabelecido.
Setor pode voltar a sofrer forte queda em 2022
A companhia aerea escandinava SAS também anunciou nesta quarta-feira (22) o cancelamento de uma dezena de voos internacionais saindo de Estocolmo.
Muitos assalariados contraíram a Covid-19 e estão ausentes, ou estiveram em contato com doentes e seguem recomendações sanitárias. A Ryanair, uma das maiores companhias aéreas europeias, também alertou que sua perda anual, motivada pelo impacto da nova variante, mais contagiosa, seria o dobro do esperado.
A associação dos aeroportos europeus ACI Europe estimou, nesta quinta-feira (23), que o tráfego de passageiros sofreu uma queda de 20% a partir de 24 de novembro, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), identificou a nova cepa na África do Sul. O ano de 2022 se anuncia, desta forma, difícil para um setor que enfrentou sua pior crise nos últimos dois anos.
Segundo o organismo Eurocontrol, que controla movimento aéreo no continente europeu, no dia 19 de dezembro a circulação atingiu 76,3% do tráfego de 2019. As consequências da ômicron no setor, segundo a Eurocontrol, "ainda não estão claras."
(Com informações da AFP)
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